Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O relatório “Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo” (SOFI) de 2024, divulgado nesta quarta-feira (24) por cinco agências especializadas da ONU, revela que cerca de 31 milhões de brasileiros superaram algum grau de fome entre os triênios de 2020-2022 e 2021-2023. Apesar dessa melhora, o país continua no Mapa da Fome da ONU.
Durante o triênio encerrado em 2023, 39,7 milhões de brasileiros, representando 18,4% da população, estavam em situação de insegurança alimentar moderada ou severa. Esse período já contava com o reforço do programa Bolsa Família, que em 2022 teve o benefício mínimo aumentado para R$ 600 mensais durante o governo Jair Bolsonaro, valor mantido na nova gestão de Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2023.
No triênio de 2020 a 2022, período fortemente impactado pela pandemia de Covid-19, 70,3 milhões de brasileiros, ou 32,8% da população, enfrentavam insegurança alimentar moderada ou severa, de acordo com o SOFI de 2023.
Comparando com o triênio de 2014-2016, houve um aumento no número de pessoas em situação de insegurança alimentar no Brasil. Naquele período, 27,2 milhões de pessoas, ou 13,3% da população, viviam nessa condição.
Apesar da melhora observada em 2023, o Brasil permanece no Mapa da Fome da ONU. No último triênio, 8,4 milhões de pessoas, ou 3,9% da população, ainda estavam subnutridas. Embora esse número represente uma redução de 1,7 milhão de pessoas em relação ao triênio anterior, países com mais de 2,5% de sua população subnutrida são incluídos no Mapa da Fome.
O estudo define “subalimentação ou subnutrição” como a condição de indivíduos que não consomem, em média, a quantidade mínima de energia necessária para uma vida saudável. A “insegurança alimentar moderada ou severa” é medida por meio de um questionário de oito perguntas que avalia a condição alimentar dos entrevistados.
A América Latina como um todo registrou uma redução significativa na insegurança alimentar no ano passado, passando de 31,4% em 2022 para 28,2% em 2023, o que significa uma redução de 20 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.