O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo começou a liberar neste domingo (11) os primeiros corpos das 62 vítimas do trágico acidente envolvendo um avião da Voepass. O primeiro corpo foi entregue aos familiares, e outros sete estão previstos para serem liberados ainda hoje. Após reuniões com órgãos públicos e parentes das vítimas, os primeiros corpos deverão ser encaminhados para Cascavel (PR), cidade que teve o maior número de vítimas.
Até o momento, 12 corpos foram identificados. O IML informou que as famílias são as primeiras a serem notificadas sobre o progresso nas identificações. A unidade central do IML foi dedicada exclusivamente a esse caso, com cerca de 40 profissionais, incluindo médicos, odontologistas legais, antropólogos e radiologistas, trabalhando na identificação das vítimas.
Todos os 62 corpos, sendo 34 homens e 28 mulheres, entre passageiros e tripulantes, foram encaminhados para o IML Central. Em solidariedade às vítimas, o estado de São Paulo decretou luto oficial de três dias na última sexta-feira.
Apoio às Famílias das Vítimas
O Instituto Oscar Freire, localizado próximo ao IML Central, tem sido o ponto de apoio para mais de 40 famílias das vítimas, com suporte da Defesa Civil estadual. Neste local, os familiares fornecem informações e material biológico para ajudar no processo de identificação dos corpos. O governo de São Paulo também disponibilizou acomodações em hotéis para os familiares, que recebem acompanhamento psicológico e são orientados a seguir para o Instituto Oscar Freire para dar continuidade aos procedimentos de reconhecimento.
Investigação do Acidente
A Delegacia de Vinhedo abriu um inquérito para investigar o acidente aéreo. As diligências estão em andamento para esclarecer as causas do ocorrido. Em paralelo, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo tem mantido a área do acidente preservada com equipamentos antidrones, operados por agentes penitenciários da região de Campinas, para evitar sobrevoos não autorizados.
Avanço na Análise das Caixas-Pretas
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), conseguiu extrair todas as informações dos gravadores de voo da aeronave operada pela Voepass, conhecidos como caixas-pretas. De acordo com o chefe do Cenipa, Marcelo Moreno, que deu a informação em Vinhedo, as gravações confirmam que não houve pedido de emergência por parte da tripulação aos órgãos de controle de tráfego aéreo antes do acidente.
“Conseguimos, com 100% de sucesso, obter as informações de voz e dados que correspondem aos momentos que antecederam esse trágico evento para a sociedade”, declarou Moreno. Os investigadores do Cenipa retornarão a Brasília para iniciar a análise detalhada dos dados coletados.