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O consumo de bebidas açucaradas, adoçadas artificialmente e carnes processadas pode aumentar o risco de doenças cardíacas, de acordo com um estudo conduzido pela Escola de Saúde Pública de Harvard T.H. Chan, publicado nesta semana na revista The Lancet. A pesquisa acompanhou a ingestão de alimentos ultraprocessados por mais de 200 mil profissionais da saúde ao longo de três décadas, monitorando a ocorrência de doenças cardíacas e AVC.
Os alimentos ultraprocessados (UPFs, na sigla em inglês), que representam 57% da dieta dos adultos nos EUA, incluem produtos com excesso de calorias, açúcares adicionados, sódio e gorduras prejudiciais à saúde. O estudo dividiu esses alimentos em 10 grupos principais:
- Pães e cereais (incluindo subgrupos de cereais matinais, pão integral e pão refinado)
- Molhos, pastas e condimentos
- Doces e sobremesas embalados
- Snacks salgados embalados
- Bebidas açucaradas
- Carnes vermelhas, aves e peixes processados
- Refeições prontas para consumo
- Sobremesas à base de laticínios
- Bebidas alcoólicas fortes
- Bebidas adoçadas artificialmente
Os alimentos ultraprocessados mais consumidos pelos participantes foram pães e cereais, doces e sobremesas embaladas, além de refeições prontas para consumo.
No entanto, nem todos os UPFs foram considerados prejudiciais. Snacks salgados, cereais frios e sobremesas à base de laticínios foram associados a um menor risco de doenças cardíacas, enquanto o consumo de pães e cereais frios ultraprocessados foi relacionado a uma redução no risco de AVC.
Especialistas em nutrição já alertam há muito tempo sobre os perigos de refrigerantes açucarados e carnes processadas. O consumo excessivo de açúcar pode levar à inflamação crônica no coração e nos vasos sanguíneos, além de aumentar o risco de diabetes. Já as carnes processadas, que passam por processos de conservação como salga, defumação ou adição de conservantes químicos, podem elevar a pressão arterial e o colesterol devido ao alto teor de sódio e gorduras saturadas.
O estudo teve algumas limitações, como a falta de detalhes sobre o preparo dos alimentos e a baixa representatividade de participantes não brancos. Ainda assim, os pesquisadores destacam que os resultados indicam que o consumo de refrigerantes e carnes processadas deve ser desencorajado, e que a qualidade nutricional dos alimentos ultraprocessados deve ser considerada com mais cuidado.
“Reduzir o conteúdo de sódio, gorduras saturadas, açúcares adicionados e aditivos cosméticos desnecessários para a saúde humana em pães integrais, cereais frios e alguns snacks salgados pode aumentar o valor nutricional desses produtos nos EUA”, afirmaram os autores do estudo.