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A Casa Branca confirmou que Israel realizou uma operação secreta no Líbano, visando o Hezbollah, com o uso de milhares de pagers que explodiram simultaneamente. Agora, o governo dos Estados Unidos intensifica seus esforços diplomáticos para evitar uma retaliação coordenada pelo Irã e seus aliados na região, incluindo Síria, Gaza, Iraque, Jordânia, Cisjordânia e Iêmen. O presidente Joe Biden busca evitar um conflito de grandes proporções no Oriente Médio, especialmente às vésperas das eleições presidenciais, que têm Kamala Harris como candidata democrata.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou que os Estados Unidos “não estiveram envolvidos no ataque no Líbano”, mantendo a posição do governo Biden de evitar uma escalada militar na região.
Amos Hochstein, enviado especial dos EUA para o Líbano, se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçando a necessidade de reduzir as tensões com o Hezbollah e buscar um cessar-fogo com o Hamas, o que também facilitaria a libertação de reféns. Netanyahu, no entanto, afirmou que tem um plano para enfrentar o grupo terrorista, e logo após o encontro, Israel confirmou que planejava atacar o Hezbollah em território libanês.
Em um comunicado, o gabinete de segurança israelense destacou que “o objetivo da guerra agora inclui garantir o retorno seguro dos residentes do norte às suas casas”. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, complementou que a única maneira de atingir esse objetivo seria através de ação militar.
O ataque israelense ocorreu quando 3 mil pagers, importados de Taiwan e distribuídos exclusivamente entre membros do Hezbollah, explodiram simultaneamente. Esses dispositivos, equipados com explosivos escondidos nas baterias, foram ativados remotamente por uma mensagem enviada aos aparelhos. A operação, organizada pelo serviço de inteligência israelense Mossad, chocou o Oriente Médio, sendo a primeira vez que uma ferramenta tecnológica desse tipo foi usada em um ataque de tal magnitude.
Enquanto a tensão aumenta, o Líbano, Síria e Iraque compartilham áudios alertando os membros do Hezbollah para descartarem imediatamente os pagers. O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, afirmou que o Hezbollah certamente retaliará, mas ainda não se sabe como ou onde.
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, conversou duas vezes com Gallant para reforçar a posição dos EUA em reduzir as tensões, alertando sobre as possíveis consequências devastadoras para Israel, Líbano e toda a região. Gallant, por sua vez, reiterou que Israel continuará com seus planos militares.
Austin tem viagem marcada para Israel, onde se reunirá com Netanyahu e Gallant. Sua visita tem o objetivo de insistir na necessidade de evitar um conflito regional e apoiar Gallant, que Netanyahu pretende demitir devido a suas divergências sobre a guerra contra o Hamas em Gaza.
Em paralelo, o secretário de Estado, Antony Blinken, visitará o Egito para buscar um cessar-fogo em Gaza e tentar evitar que a provável retaliação do Hezbollah contra Israel inflame ainda mais a região. Embora o governo dos EUA reconheça que impedir completamente a retaliação dos terroristas seja difícil, Blinken aposta que o conflito pode ser contido para que não escale em um conflito regional de larga escala.
Com Harris em campanha contra Donald Trump, Biden fará o possível para evitar que um conflito no Oriente Médio prejudique a estratégia eleitoral democrata. Contudo, Netanyahu parece ter outros planos para a condução do conflito.
*Com informações de agências internacionais