O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declaração feita nesta quinta-feira (22) a jornalistas na Itália, disse estar indignado com os defensores da liberdade de imprensa em relação à extradição do jornalista Julian Assange, preso no Reino Unido. O jornalista australiano, fundador do WikiLeaks, está em processo de extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem e de publicar documentos secretos do governo americano.
Para Lula, Assange foi “preso porque denunciou ao mundo a espionagem americana” e corre o risco de pegar prisão perpétua. “E eu não vejo nenhuma manifestação da imprensa em defesa da liberdade de imprensa. É inacreditável. Nem o jornal que publicou a matéria defende ele. O nome disso é covardia”, disse o petista em entrevista a jornalistas na manhã desta 5ª feira (22.jun.2023), em Roma, na Itália.
Sobre Julian Assange
Julian Assange é um jornalista, programador e ativista australiano, fundador do site WikiLeaks. Ele ficou conhecido mundialmente por sua atuação no vazamento de informações sigilosas de governos, empresas e organizações internacionais. Em 2010, Assange publicou mais de 250 mil telegramas diplomáticos dos Estados Unidos, que ficaram conhecidos como “Cablegate”, gerando grande repercussão na mídia e no mundo político.
Desde 2012, Julian Assange vive asilado na embaixada do Equador em Londres, para evitar a extradição para a Suécia por acusações de crimes sexuais, que ele nega ter cometido. Em abril de 2019, a polícia britânica retirou Assange à força da embaixada e o prendeu, após o Equador ter revogado seu asilo diplomático. Ele aguarda em uma prisão de segurança máxima a decisão final do processo de extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem e violação da lei de espionagem.
Assange é considerado por muitos como um herói da liberdade de imprensa, ao revelar informações de interesse público que muitas vezes eram consideradas sigilosas pelas autoridades envolvidas. No entanto, também há quem o critique por ter exposto segredos de Estado e colocado em risco a segurança nacional de alguns países. O seu caso, portanto, divide opiniões e traz à tona questões importantes sobre os limites da liberdade de imprensa e a proteção dos direitos individuais dos jornalistas.
No dia 17 de junho o governo britânico confirmou, que Julian Assange, será extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de ter divulgado documentos confidenciais.