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A ditadura da Coreia do Norte afirmou na quinta-feira que a atual visita de um submarino nuclear dos Estados Unidos ao porto da Coreia do Sul “pode criar as condições” para que Pyongyang utilize armas nucleares, de acordo com seu ministro da Defesa.
As relações entre as duas Coreias estão em um de seus pontos mais baixos, com a diplomacia estagnada e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, buscando maior desenvolvimento armamentista, incluindo armas nucleares táticas.
“Eu lembro aos militares dos EUA que a visibilidade crescente do deslocamento do submarino nuclear estratégico e outros ativos estratégicos pode se enquadrar nas condições de uso de armas nucleares especificadas na lei da RPDC sobre a política de força nuclear”, disse o ministro da Defesa de Pyongyang, Kang Sun Nam, em um comunicado.
Um funcionário da Casa Branca anunciou na terça-feira que, pela primeira vez em quatro décadas, um submarino nuclear dos Estados Unidos fez escala em um porto sul-coreano.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, que tentou fortalecer os laços entre Seul e Washington diante das crescentes ameaças norte-coreanas, visitou na quarta-feira o submarino classe Ohio no porto sul de Busan.
A última vez que Washington desdobrou um de seus submarinos nucleares com capacidade nuclear na Coreia do Sul foi em 1981.
“As forças hostis representaram a ameaça nuclear mais flagrante e direta à RPDC ao trazer um submarino nuclear estratégico classe Ohio para a base operacional do porto de Busan, o que significa que armas nucleares estratégicas foram implantadas na península coreana pela primeira vez após 40 anos”, disse Kang, referindo-se ao Norte pelo seu nome oficial.
“O pessoal militar dos EUA deve estar ciente de que seus ativos nucleares entraram em águas extremamente perigosas”, afirmou em declarações citadas pela Agência Central de Notícias da Coreia.
Seul e Washington intensificaram sua cooperação em defesa em resposta às ameaças de Pyongyang e seus repetidos lançamentos de mísseis, realizando manobras militares conjuntas com aviões furtivos avançados e meios estratégicos dos EUA.
Na terça-feira, realizaram em Seul a primeira reunião do Grupo Consultivo Nuclear (NCG), cujo objetivo é melhorar a coordenação nuclear e aumentar a preparação militar contra a Coreia do Norte.
Em abril, Washington anunciou pela primeira vez que desdobraria na península coreana um submarino capaz de lançar mísseis balísticos com ogivas nucleares, enquanto o presidente sul-coreano realizava uma visita de Estado.
A Coreia do Norte rejeita o desdobramento de recursos nucleares dos EUA na península coreana.
“Para os EUA e a ‘ROK’ (República da Coreia), qualquer uso de sua força militar contra a RPDC será sua opção mais miserável, pela qual não terão espaço para reconsiderar sua existência”, disse Kang.
A declaração da Coreia do Norte ocorre enquanto se acredita que um soldado dos EUA, Travis King, está sob custódia de Pyongyang após cruzar a fronteira durante uma visita turística à Zona de Segurança Conjunta na Zona Desmilitarizada na terça-feira.
O Comando das Nações Unidas, liderado pelos Estados Unidos, declarou que está trabalhando com o exército de Pyongyang para “resolver este incidente”, mas, com as relações entre Pyongyang e Washington em um dos seus pontos mais baixos em anos, não está claro o que acontecerá.
Pyongyang tem um longo histórico de deter americanos e usá-los como moeda de troca em suas relações bilaterais.