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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro cancelou sua sessão agendada para esta terça-feira, 22, devido à falta de consenso entre os membros da base governista e os representantes da oposição em relação à aprovação de pedidos de quebra de sigilo e convocação de pessoas.
De acordo com o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPMI, houve um clima de intensa tensão entre os parlamentares durante a reunião prévia, o que tornou inviável a obtenção de um acordo quanto às decisões a serem tomadas.
Muitos requerimentos apresentados na CPMI estão pendentes de votação, como as convocações de Jair e Michele Bolsonaro, de Carlos Bolsonaro, da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do ministro da Justiça, Flávio Dino, e ainda de alguns generais, do advogado Frederico Wasseff e de Valdemar da Costa Neto, por exemplo. Também aguardam votação centenas de pedidos de quebras de sigilos fiscais, telefônicos e telemáticos.
O ponto de maior polêmica envolveu requerimentos para apreender os passaportes do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A base governista queria ainda a convocação e quebra de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e a quebra do sigilo telemático do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O próprio presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), decidiu sobre o cancelamento da reunião por entender que “não era possível” pelo clima de acirramento entre parlamentares do governo e da oposição.
“Hoje não foi possível porque há um clima muito acirrado. Há pensamento de alguns de que investigar qualquer assunto referente às joias, o que faz sentido sair do escopo da CPMI. Por outro lado, também acho que fiscalizar as urnas sai do escopo da CPMI. Nessa reta final, a gente precisa se ater ao que de fato diz respeito ao que aconteceu no dia 8 de janeiro”, disse o presidente da CPMI, que ressaltou ainda que outros assuntos deveriam ser debatidos, como o “Plano Escudo”, que já está nas mãos do colegiado. “Chegou aqui na CPMI todo o material referente ao plano escudo. De acordo com esse plano, se ele fosse acionado, milhares de homens da força de segurança de polícia e Forças Armadas teriam que estar ali para proteger o prédio dos Três Poderes, mas isso não aconteceu”, acrescentou o Arthur Maia.
Em entrevista coletiva à imprensa, o presidente da comissão, o deputado federal Arthur Maia (União-BA), disse que deputados e senadores não conseguiram consenso sobre quais requerimentos votar. Nesta quinta-feira (24) está mantido o depoimento, às 9h, de Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente Bolsonaro.
Arthur Maia informou que os trabalhos da comissão vão continuar na próxima terça-feira (29) com o depoimento de um coronel da Polícia Militar. Na próxima quinta-feira (31) será a vez do depoimento do general G. Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do atual governo. Na semana que vem, acrescentou o presidente, haverá também reunião deliberativa para votação de requerimentos.