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Ao contrário do temor de muitos chefes de estado e profissionais de saúde, a flexibilização das medidas de isolamento não fez com que aumentasse o número de casos em pelo menos cinco capitais brasileiras. Segundo uma análise feita pela revista VEJA logo no início da pandemia, em diferentes regiões do país: Belém (PA), São Luís (MA), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Cerca de um mês e meio depois da reabertura da economia o número de casos continuou em queda em todas essas capitais, mesmo com pequenas oscilações no meio do caminho.
Vale ressaltar também que houve uma queda gradual no número de novos óbitos, exceto em São Luís. A capital do Maranhão apresentou na quarta-feira, (22) uma média móvel de mortes superior a registrada no dia 1º de junho, ou seja, começo da flexibilização. Porém, o número é menor que o registrado em 18 de maio, quando acabou o lockdown. Fortaleza e Belém também passaram pelo fechamento drástico. Já as capitais que mais apareciam em destaque por apresentar um grande número de casos (São Paulo e Rio de Janeiro) acabaram por conseguir obter o controle da epidemia sem a adoção de medidas mais severas, embora São Paulo tenha conseguido achatar a curva e o Rio de Janeiro tenha sido mais impactado pela doença.
Sendo assim as previsões mais sombrias -como uma segunda onda- ainda não se confirmaram. Mesmo com essa análise, ainda é importante destacar que existe sim o risco disso acontecer nessas cidades e isso não está de forma alguma descartado, já que o vírus continua circulando no país e há muitas pessoas suscetíveis. Portanto, é necessária muita cautela e respeito às recomendações vigentes de distanciamento social em cada um desses lugares e respeito às fases de flexibilização.
De acordo com o infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, o fator em comum entre as capitais é o fato que elas provavelmente já passaram pela primeira onda. Mas enquanto São Paulo pôde flexibilizar com certa segurança por ter conseguido achatar a curva, ou seja, controlou o casos e manteve a capacidade de atendimento do sistema de saúde, as demais passaram por um verdadeiro caos no sistema de saúde e reduziram a curva após atingirem um alto pico de casos e óbitos.
Há ainda outras características diferentes entre essas capitais. “São Paulo, com um platô nas curvas, está sofrendo restrições de distanciamento social por mais tempo e com isso conseguiu garantir atendimento a todos”, explica Croda. As outras quatro capitais começaram a flexibilizar após um pico de casos e de mortes. “Nesses locais, parece ter sido alcançada uma espécie de imunidade comunitária ou de rebanho, que está conseguindo manter baixo o número de novos casos. Mas precisamos estar atentos porque não sabemos os efeitos disso a longo prazo”, detalha o infectologista.
Confira abaixo uma análise mais detalhada sobre curva de cada uma dessas capitais.
São Paulo
O registro da covid-19 no Brasil foi registrado na capital paulista, em 26 de fevereiro. Um mês depois, em 24 de março, o governador de São Paulo anunciou o início da quarentena em todo o estado. A cidade de São Paulo, pelo tamanho de sua população e importância econômica, possui o maior número absoluto de mortes e casos de coronavírus no país.
Em 1º de junho a quarentena foi flexibilizada ao mesmo tempo em que a capital foi classificada na fase 2, a qual permite a retomada parcial da economia e a volta da operação de setores como o imobiliário, concessionárias, escritórios, comércios de rua e shopping centers com horários e capacidade de ocupação reduzida. Também entram indústria e construção civil.
Em 29 de junho, a cidade teve aval para progredir para a próxima etapa de flexibilização, a amarela, onde se encontra hoje.Neste caso, as atividades comerciais foram liberadas, incluindo salões de beleza, bares, restaurantes e academias só puderam ser retomadas na semana seguinte, a partir de 6 de julho e, portanto, um mês depois do do início da flexibilização.
A capital paulista vem apresentando uma queda média de casos e mortes desde o início da abertura gradual. Porém, ainda não é possível afirmar que a situação está melhorando de forma consistente, porque há alguns períodos de alta no meio do caminho, o que torna a curva inconstante.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro é considerado um dos melhores exemplos entre as capitais analisadas. Pois, mesmo que a cidade ainda apresente médias móveis altas de casos e mortes, em comparação com outros lugares, a queda na curva é expressiva. Assim como em São Paulo, o Rio de Janeiro também optou por uma retomada gradual das atividades econômicas, que teve início em 2 de junho.
Logo na segunda fase da flexibilização, em 17 de junho, houve um breve período de aumento na média móvel de casos e mortes registradas na cidade. Porém, foi apenas uma fase que durou uma semana. Os números voltaram a cair consideravelmente, chegando a uma média móvel de mortes de 55,3 e de casos em 406,4 nesta quarta-feira, 22.