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Mercosul: isolada, Argentina quer acrescentar Bolívia para conter posição do Brasil

RFI- Com uma postura protecionista, a Argentina assume a presidência rotativa do Mercosul nesta quarta-feira (16) com o objetivo de acrescentar a Bolívia ao bloco, para equilibrar forças com os demais membros – Brasil, Uruguai e Paraguai, defensores do livre-comércio. A entrada da Bolívia, no entanto, depende do Congresso brasileiro.

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

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A partir das 11h desta quarta-feira, os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai vão protagonizar a 57ª Reunião de Cúpula do Mercosul, liderada pelo presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, que passará a presidência rotativa do bloco ao argentino Alberto Fernández, que, por sua vez, já tem um objetivo para os próximos seis meses: incorporar a Bolívia como membro pleno do Mercosul.

Esse será o principal objetivo político da Argentina, isolada dos demais integrantes por sua postura protecionista, quando todos os outros são a favor do livre comércio. A visão da Argentina é parte de sua ideologia de esquerda, em que os únicos aderentes atualmente na América do Sul são Bolívia e Venezuela.

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O objetivo de somar a Bolívia foi antecipado, nesta terça-feira (15), pelo ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, durante videoconferência na reunião de chanceleres do bloco, que antecede a reunião de presidentes desta quarta-feira. “Devemos fortalecer o bloco com a incorporação plena da Bolívia. É um desejo especial da Argentina que, suponho, será compartilhado pelos demais sócios”, defendeu Solá.

Em sintonia com a estratégia argentina, o chanceler boliviano, Rogelio Mayta, concordou. “Faço votos pela rápida convergência do processo de adesão da Bolívia como Estado parte do Mercosul. Essa incorporação plena vai afiançar o nosso espaço de integração”, reforçou o ministro boliviano, participante como membro associado.

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Adesão da Bolívia se choca com Bolsonaro

Membro em “processo de adesão” ao bloco desde dezembro de 2012, a Bolívia aguarda a ratificação do Congresso brasileiro, único que ainda não aprovou a adesão boliviana entre todos os demais parlamentos dos países integrantes do Mercosul. Esse é o último passo para a Bolívia passar de membro associado a membro pleno.

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A Venezuela foi suspensa do Mercosul, em 2017, por “ruptura da ordem democrática”, sem que tivesse incorporado o arcabouço normativo do bloco, nem participado de negociações com outros países e blocos.

A pressão argentina pela entrada da Bolívia deve supor um confronto direto com o governo do presidente Jair Bolsonaro, cuja linha ideológica é completamente oposta ao socialismo defendido por Bolívia e Venezuela, aliados da Argentina.

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Essa postura foi reforçada durante a intervenção do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, que classificou a ditadura venezuelana como uma “sombra maléfica a atrapalhar o Mercosul”. “O Mercosul nunca atingirá plenamente seus ideais enquanto continuar pairando na América do Sul a sombra maléfica de uma ditadura, como a ditadura venezuelana hoje, e a sua rede de apoios”, afirmou o ministro Araújo. Por “redes de apoios”, leia-se “Argentina e Bolívia”, únicos países que reconhecem o regime do venezuelano Nicolás Maduro.

Confinamento ideológico no Mercosul

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Em entrevista à RFI, o consultor argentino Marcelo Elizondo, um dos maiores especialistas sobre Mercosul, considera que “a Argentina está hoje isolada no bloco” e que “precisa de aliados para equilibrar forças frente à visão de livre comércio do Brasil, acompanhada por Uruguai e Paraguai”.

“Alberto Fernández tem a visão do nacionalismo econômico. Para ele, a abertura comercial é prejudicial para a economia. A essa visão soma-se o lobby dos empresários argentinos também protecionistas”, descreve Elizondo.

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Além disso, explica o especialista, “Alberto Fernández coordena uma coligação peronista, liderada pelo ‘kirchnerismo’, ala mais radical do peronismo e aliada da Venezuela de Nicolás Maduro e da Bolívia de Evo Morales”.

“No seu primeiro ano de governo, Alberto Fernández só mostrou protecionismo, estatismo e intervencionismo. Essa linha choca-se com a visão de abertura da economia de Bolsonaro e tem gerado tensões com os vizinhos”, aponta o especialista.

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“A Argentina sabe que Paraguai e Uruguai vão seguir o Brasil e vão isolá-la de todas as negociações. A saída é diluir essa postura com a estratégia de novos membros”, aponta.

Negociações com a Coreia do Sul

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O Mercosul está em negociações por acordos de livre comércio com Coreia do Sul, Canadá, Cingapura e Líbano. A Argentina é contra o acordo com a Coreia, mas quer avançar nas negociações com o Canadá. O Brasil, por sua vez, quer abrir negociações com a Indonésia e o Vietnã.

No ano passado, o Mercosul fechou acordos de livre comércio com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês). A Argentina, que assume agora a condução do Mercosul, prefere adiar ao máximo o processo de implementação do acordo com a União Europeia, enquanto Brasil, Paraguai e Uruguai, pelo contrário, querem acelerá-lo.

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