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O primeiro-ministro do Peru, Guido Bellido, renunciou há dois meses em seu mandato, anunciou o presidente do país, Pedro Castillo, na quarta-feira, citando a “instabilidade” do país.
Castillo indicou Bellido após sua vitória presidencial em julho, e o Congresso aprovou a nova administração em agosto.
“Hoje informo ao país que aceitamos a renúncia do primeiro-ministro Guido Bellido Ugarte, a quem agradecemos pelos serviços prestados”, disse Castillo em mensagem surpresa veiculada na televisão estatal na quarta-feira.
Segundo a lei peruana, a renúncia do primeiro-ministro aciona automaticamente a renúncia de todo o gabinete.
Castillo não deu motivos para a mudança, mas disse que um novo primeiro-ministro e gabinete – que podem ser iguais ao antigo – serão anunciados no final da noite. A carta de renúncia de Bellido dizia que ele o fazia a “pedido” de Castillo.
Após o anúncio de sua renúncia, Bellido postou uma foto do filme Gladiador no Twitter com a legenda: “Voltamos à arena a que pertencemos”.
Tanto Castillo quanto Bellido são do Partido Socialista do Peru Livre, mas Bellido adotou posições de esquerda mais radical e enfrentou oposição por sugerir que o setor de gás natural do Peru deveria ser nacionalizado.
No mês passado, seu gabinete entregou uma carta à Pluspetrol da Argentina, o mais importante player de gás natural do Peru, pedindo a renegociação do contrato da empresa com o Estado para o pagamento de impostos mais altos.
Em uma entrevista à agência de notícias Reuters após assumir o cargo, Bellido pediu o envolvimento direto do Estado nas principais áreas econômicas.
“Nosso sentimento é que setores estratégicos precisam estar nas mãos do governo”, disse ele.
“Na minha opinião, o gás natural é um recurso estratégico e precisa ter participação governamental [assim] como novos projetos hidrelétricos de grande porte.”
Em agosto, Bellido também fez um discurso no Congresso em língua indígena quíchua pela primeira vez na história do país.
“Na minha opinião, o gás natural é um recurso estratégico e precisa ter participação governamental [assim] como novos projetos hidrelétricos de grande porte.”
Em agosto, Bellido também fez um discurso no Congresso em língua indígena quíchua pela primeira vez na história do país.
Mas a nomeação do primeiro-ministro cessante foi controversa desde o início.
A mídia peruana alegou que Bellido, 41, foi investigado por promotores por um suposto “pedido de desculpas por terrorismo” em declarações feitas logo após assumir seu assento no parlamento em junho.
Em declarações ao meio de comunicação online Inka Vision, ele apareceu para defender as pessoas que apoiavam o grupo maoísta Sendero Luminoso que lutou contra o estado de 1980 a 2000 e é designado como organização terrorista por Lima.
Em uma postagem no Twitter, a presidente do Congresso, Maria del Carmen Alva, membro da direita Accion Popular, saudou a saída de Bellido, dizendo que ela ocorreu após dias de “incertezas desnecessárias”.
Ao anunciar a renúncia de Bellido, Castillo disse que seu governo apoia os investimentos privados no país.
“O equilíbrio de poderes é a ponte entre o Estado de Direito e a democracia”, disse Castillo.
“Votos de confiança, audiências [do Congresso] e censura não devem ser usados para criar instabilidade política”, acrescentou.