Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Apesar de o Brasil não estar envolvido diretamente no conflito, a guerra na Ucrânia traz preocupações econômicas ao país, principalmente na questão dos fertilizantes. Países do Leste Europeu são as principais fontes de importação dos produtos usados na agricultura brasileira.
Em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira (03), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garantiu que o Brasil tem “estoque de passagem para chegar até a próxima safra, em outubro”.
Ela pontuou que a situação no Leste Europeu é “preocupante” e está sendo “acompanhada com cautela” pelo Ministério da Agricultura principalmente pelo fato de o país ter “forte dependência de importação” de alguns fertilizantes.
De acordo com a ministra, o maior gargalo do país é o potássio, com mais de 90% do consumo nacional importado.
“Esse é o produto que temos mais preocupação, e por isso já estávamos articulando com outros países produtores de potássio, como o Canadá, que é o maior produtor. Eles estão reativando minas porque outros países, inclusive o Brasil, vai precisar cada vez mais desse fornecimento do Canadá”, disse a ministra.
Quando questionada sobre a possibilidade de um amento de preços dos alimentos, Tereza Cristina disse que não consegue fazer previsões sobre o futuro, pois os impactos do conflito na Ucrânia ao Brasil dependem do andamento da situação no Leste Europeu.
“Claro que se essa guerra durar mais tempo, essas consequências serão maiores”, avaliou.
A ministra da Agricultura considerou que o país espera que “o bom senso e o equilíbrio prevaleçam e que essa guerra acabe rapidamente”.
De acordo com Cristina, um plano nacional sobre a política de fertilizantes vem sendo elaborado e está sendo acompanhado por uma série de estudos.
O novo programa deve ser anunciado até o dia 17 de março e irá conter soluções para a adequação de leis, questões tributárias e licenças ambientais que permitirão uma maior exploração de fertilizantes no Brasil.
A ministra destacou a possibilidade e o potencial de maior utilização de minas de potássio e minas de fósforo em território nacional, além da obtenção de ureia através do novo marco legal do gás.
“Estamos trabalhando para ter o menor dano possível e o Brasil caminhar para cada vez mais ter produção interna porque isso nos dá garantia de segurança alimentar e segurança nacional da produção”, afirmou.
No entanto, ela garantiu que com o atual cenário “o Brasil, graças a Deus, é um dos poucos países que pode ter a certeza que não terá problema de abastecimento”.
De acordo com a ministra, a guerra na Ucrânia possibilitou que o país visse com mais atenção as fragilidades na produção interna. “Espero que possamos avançar na legislação e na área ambiental”, disse.