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A guerra na Ucrânia tomou um rumo perigoso nesta sexta-feira (4), quando as forças do presidente russo, Vladimir Putin, foram acusadas de bombardear a maior usina nuclear da Europa antes de assumir o controle da instalação. A agência de energia nuclear da Ucrânia disse que um incêndio provocado pelo bombardeio russo da usina nuclear de Zaporizhzhia, cerca de 640 quilômetros a sudeste de Kiev, foi controlado sem risco de vazamentos de radiação.
A Rússia culpou a Ucrânia pelo incêndio, chamando-o de “provocação monstruosa”, mas a embaixada dos EUA em Kiev acusou Putin de “um crime de guerra” com o que disse ser o “bombardeio da maior usina nuclear da Europa”.
A invasão brutal de Putin entrou em seu nono dia com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusando-o de “terror nuclear” e autoridades da cidade de Chernihiv, no nordeste do país, relatando dezenas de mortes de civis por bombardeios russos indiscriminados.
Em um discurso em vídeo na noite de quinta-feira, Putin afirmou que sua “operação militar especial” para livrar a Ucrânia do que ele chama de regime “neo-nazista” estava indo de acordo com o planejado. Mas com as forças terrestres avançando lentamente em direção à capital e a pressão de sanções internacionais sem precedentes aumentando rapidamente, os militares russos têm confiado cada vez mais na artilharia pesada em uma tentativa de subjugar os ucranianos. Eles estão oferecendo uma resistência feroz.
Moscou insiste que está atingindo apenas alvos militares, mas com prédios residenciais destruídos e escolas e hospitais danificados, a ONU diz que pelo menos 249 civis foram mortos e reconhece que o número real é provavelmente “consideravelmente maior”. Autoridades ucranianas estimam mais de 2.000. A ONU diz que o ataque já tirou mais de 2 milhões de pessoas de suas casas.
Tropas russas cercaram pelo menos cinco cidades no sul e no leste, e autoridades americanas dizem que podem cercar a capital, Kiev, em poucos dias. Mas recusando-se a arriscar o envolvimento militar direto com as forças russas, o Ocidente recusou pedidos crescentes de uma zona de exclusão aérea imposta pela Otan sobre a Ucrânia.
Então, como disse o chefe da Otan na sexta-feira, “os próximos dias provavelmente serão piores, com mais mortes, mais sofrimento e mais destruição”.