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Em entrevista à Jovem Pan nesta quarta-feira (13), o ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, considera que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de investigar os gastos feitos durante a força-tarefa é um “absurdo”.
Na conversa, ele afirmou que o processo no TCU mostra que “se tornou perigoso combater a corrupção” no Brasil.
“A Lava Jato seguiu modelo previsto na lei. Todos os procuradores gerais da República, todos os secretários gerais, procuradores, auditoria interna do Ministério Público Federal e a auditoria técnica do próprio TCU falaram que as diárias foram legais e corretas. Foram elas que viabilizaram a recuperação de R$ 16 bilhões. Elas foram boas para o interesse público”, defendeu Dallagnol, que ao lado do ex-PGR, Rodrigo Janot, é investigado pelos gastos com diárias de hotéis e passagens aéreas.
“Me parece um absurdo em cima de absurdo em cima de absurdo”, completou.
Por unanimidade, a Segunda Câmara do TCU decidiu abrir processo de responsabilização contra os ex-procuradores por gastos de cerca R$ 2 milhões. A decisão acontece após o procurador de contas Lucas Rocha Furtado enviar uma representação aos ministros argumentando que Deltan, assim como Janot, poderia ter usado opções mais econômicas para o pagamento das diárias e passagens.
Para Dallagnol, no entanto, isso não é verdade: “Esse modelo adotado foi o mais econômico. Essa decisão não incumbia a mim, eu atuava em investigações e processos, investigava e processava. Não era um figura que decidia modelo de gestão, não autorizava diárias e ainda assim querem me responsabilizar”. Ele vê o processo como forma de intimidação.
“Parece uma clara retaliação, intimidação, que buscam se investigar, cassar direitos políticos porque sabem o que vou fazer quando estiver no Congresso, querem mandar mensagem que mais ninguém ouse combater a corrupção no país”, afirmou o ex-procurador da República, que é atualmente filiado ao Podemos e deve concorrer a cargo na Câmara.
“Você tem uma área política no TCU. Um ministro apadrinhado do Renan Calheiros, que estava em jantar do Lula, que tenta dar um direcionamento”, completou.
De acordo com Dallagnol, auditores e pessoas que trabalham no próprio Tribunal de Contas estão “perplexos”, assim como ele, “sem entender o que está acontecendo”.