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Os deputados federais gastaram milhões do dinheiro público com autopromoção em 2023. De acordo com levantamento realizado pelo jornal O Estadão, foram 79 milhões de reais neste ano, sem contar o mês de dezembro.
O gasto da cota parlamentar para promover os próprios mandatos ficou em R$ 52,3 milhões em 2022.
Até então, o valor mais alto da série história havia sido registrado em 2021: 62,6 milhões de reais.
De acordo com o levantamento, o campeã do ano foi a deputada federal Dra. Alessandra Haber (MDB-PA), que usou 445,8 mil reais (90% de toda a cota parlamentar que gastou neste ano) para promover seu mandato como deputada.
Haber comprou 270 mil panfletos ao custo de 278,6 mil reais de uma única empresa, de acordo com o levantamento. A Câmara dos Deputados ainda a ressarciu pelos gastos.
Ao Estadão, ela disse que esses gastos “estão dentro dos limites estabelecidos pela Câmara dos Deputados”.
De acordo com Haber, eles “são fundamentais para o exercício do mandato, um dever e um direito, no sentido de prestar contas do trabalho exercido à população”.
O 2º na lista de autopromoção é o Pastor Gil (PL-MA), que destinou 437,9 mil reais do dinheiro público divulgar o próprio mandato (86% de toda a sua cota parlamentar e 94% dos 464,2 mil reais que gastou para se reeleger deputado).
Boa parte desse dinheiro (297 mil reais) também foi destinada oficialmente à impressão de panfletos: 114 mil deles.
Na sequência, aparecem José Nelto (PP-GO), com 430,1 mil reais em divulgação, Giacobo (PL-PR), com 412,6 mil reais, e Vicentinho Júnior (PP-TO), que gastou R$ 405,9 mil se autopromovendo.
Todos os parlamentares justificaram ao Estadão os gastos como dentro dos parâmetros estabelecidos para o uso da cota parlamentar.