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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira a suspensão imediata de seu financiamento à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) enquanto durar a investigação a vários funcionários acusados de participarem dos ataques terroristas de Hamas contra Israel no dia 7 de outubro.
“Os Estados Unidos estão extremamente preocupados com as alegações de que 12 funcionários da UNRWA poderiam ter estado envolvidos no ataque terrorista perpetrado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Diante da situação, o governo dos EUA, principal doador da agência da ONU em 2023, anunciou a “suspenção temporária de seu financiamento” ao organismo enquanto “examina estas alegações e as medidas que as Nações Unidas estão empreendendo para abordá-las”.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já se reuniu com o secretário-geral da ONU, António Guterres, para “destacar a necessidade de uma investigação rápida e exaustiva”, como já prometia o responsável da ONU em sua primeira reação ao anúncio.
De fato, o governo dos EUA elogia a rapidez de reação do secretário-geral e sua promessa de adotar “medidas decisivas se as acusações forem verdadeiras”, assim como o compromisso anunciado também por Guterres para colocar em marcha “uma investigação integral e independente” sobre a própria agência para os refugiados e “responsabilizar qualquer pessoa que tenha participado dos horríveis ataques de 7 de outubro”, que deixaram cerca de 1.200 mortos e se tornou o estopim da atual guerra entre o Exército israelense e a organização terrorista Hamas.
Por fim, o Departamento de Estado dos EUA indicou que já se reuniu com o governo de Israel para pedir mais informações sobre essas acusações e que os membros pertinentes do Congresso dos EUA já foram informados do que está ocorrendo em relação a este caso. “Continuaremos em estreito contato com a ONU e com o governo de Israel sobre esta questão”, conclui a nota.
O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que “as autoridades israelenses forneceram informações sobre a suposta participação de vários funcionários da UNRWA nos horríveis ataques contra Israel em 7 de outubro”.
“Para proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos desses membros do pessoal e iniciar uma investigação para estabelecer a verdade sem demora”, acrescentou.
A UNRWA, estabelecida em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense, presta serviços que incluem educação, atenção primária à saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.
A agência, cujos maiores doadores em 2022 foram Estados Unidos, Alemanha, União Europeia e Suécia, disse repetidamente que sua capacidade de prestar assistência humanitária à população de Gaza está à beira do colapso.