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A Polícia Federal está conduzindo uma investigação para determinar se Maria Aparecida Villas Bôas, esposa do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, participou de uma reunião que alegadamente tinha propósitos questionáveis, organizada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A linha de investigação surgiu da transcrição do depoimento de Tercio Arnaud, um dos integrantes do grupo conhecido como “gabinete do ódio”, investigado na operação Tempus Veritatis. Embora Arnaud não tenha fornecido respostas diretas às perguntas, os questionamentos lançam luz sobre os pontos que a PF está buscando esclarecer.
A PF está interessada em entender o conteúdo da intervenção de Cida Villas Bôas durante a reunião que ocorreu em 12 de novembro, em um prédio localizado na Asa Sul de Brasília.
A transcrição do depoimento registra: “Indagado qual foi a fala proferida por Cida Villas Bôas (Maria Aparecida Villas Bôas), esposa do general da reserva Eduardo Villas Bôas, respondeu que o declarante não sabe que fala foi essa, que o declarante não conhece pessoalmente Cida Villas Bôas.”
Além disso, o interrogatório indicou que a PF está investigando a possibilidade de outras pessoas terem participado da reunião de forma remota, através de videochamada. Foi revelado que a PF utilizou a localização de celulares por meio das ERBS (Estações Rádio-Base) para determinar a presença de alguns investigados em eventos específicos, embora a presença online tenha dificultado essa investigação.
Arnaud foi questionado repetidamente se havia participação de integrantes do Exército brasileiro, policiais militares, policiais civis, empresários e parlamentares, tanto presencialmente quanto por videochamada. Em todas as ocasiões, ele afirmou não se recordar da reunião e não pôde fornecer resposta, com seu advogado ressaltando a limitação de acesso à íntegra do inquérito.
Segundo as investigações da PF, a reunião em questão ocorreu em 12 de novembro de 2022, poucos dias após o segundo turno das eleições, e supostamente envolveu discussões sobre estratégias para a permanência no poder. O encontro aconteceu em um endereço na SQS 112, bloco B, em Brasília, onde residiam o então concorrente à vice-presidência, general Braga Netto, e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira.