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Na manhã deste domingo (24), a Polícia Federal realizou uma operação cumprindo 12 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão em diversos endereços no Rio de Janeiro. Entre os detidos estão o deputado federal Chiquinho Brazão, do partido União Brasil, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Segundo informações da PF, os detidos são suspeitos de envolvimento nos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Além disso, eles são investigados por uma tentativa de assassinato contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle.
A suposta motivação do crime teria sido um desentendimento entre Marielle Franco e Chiquinho Brazão sobre um projeto de lei, proposto por Brazão, que tratava da regularização de terrenos controlados pela milícia. Marielle era contra o projeto e era vista como um obstáculo dentro da Câmara de Vereadores.
Embora a lei tenha sido aprovada, foi vetada pelo então prefeito Marcelo Crivella. No entanto, o veto foi derrubado pelos parlamentares, o que levou o Ministério Público do Rio de Janeiro a contestar a constitucionalidade da lei no Supremo Tribunal Federal, onde o ministro Alexandre de Moraes era relator do caso.
Além das acusações relacionadas aos homicídios, a operação também investiga crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Os detidos foram encaminhados para a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e devem ser transferidos para o Distrito Federal ainda hoje.
Marielle Franco, a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, foi assassinada com quatro tiros enquanto deixava um evento na Casa das Pretas, na Lapa, região central do Rio, em 14 de março de 2018.
Imagens de câmeras de segurança registraram o início da perseguição a um veículo prateado que seguiu o carro da parlamentar, um Chevrolet Agile. No entanto, os disparos foram efetuados em uma rua sem sistema de monitoramento.
Um ano após o crime, a polícia prendeu o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz. Lessa é acusado de ser o autor dos disparos com uma submetralhadora, enquanto Élcio é acusado de dirigir o veículo usado no crime.
Apesar de a arma utilizada por Lessa nunca ter sido encontrada, durante as investigações, a polícia encontrou um grande arsenal na casa de um amigo de infância de Ronnie Lessa no Méier, zona norte do Rio. Na ocasião, o suspeito afirmou não saber o conteúdo das caixas que guardava, alegando ter apenas armazenado as caixas.
Uma denúncia posterior revelou que o armamento foi jogado ao mar na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro, um pescador confirmou ter sido contratado por R$ 300 por um suspeito associado a Ronnie Lessa para realizar o serviço.
Com base nessa informação, em outubro de 2019, a Operação Submersus prendeu a esposa e o cunhado de Ronnie Lessa, além de outras duas pessoas, por supostamente atrapalharem as investigações.
No ano seguinte, o bombeiro Maxwell Simões Correa foi preso na Operação Submersus 2 por sua suposta colaboração com o grupo na disposição da arma utilizada no crime.