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O inquérito que apura a morte de um homem após abordagem da Brigada Militar em Porto Alegre revelou que a vítima foi agredida por mais de 40 minutos. O corpo foi descoberto dois dias depois do desaparecimento, nas águas do Guaíba.
Segundo relatos, “Quando eu busquei por ele, eu achei que ele ia estar preso, mas nunca imaginei que ele ia estar morto”, disse Patrícia Abreu, irmã de Vladmir Abreu de Oliveira, 41 anos. “Ele tinha uma doença, ele usava drogas, entendeu? E ele foi malvisto por que mora dentro de uma comunidade, de uma favela, entendeu?”, afirma Letícia, outra irmã da vítima. A morte causou revolta na população, que incendiou dois ônibus em protesto.
Vladmir foi abordado pela polícia militar em um condomínio popular da capital gaúcha em 17 de maio. Em um despacho da Justiça Militar, dois policiais afirmaram que a vítima foi levada até a ponte do Guaíba, onde o sargento Felipe Adolpho Luiz e o soldado Lucas da Silva Peixoto o agrediram com socos e pontapés. O GPS da viatura registrou que o veículo permaneceu na ponte por 42 minutos.
Após a agressão, os agentes afirmaram que deixaram a vítima na ponte e retornaram mais tarde na mesma noite. Dois policiais desceram da viatura, que prosseguiu em ronda. Cerca de meia hora depois, quando o veículo retornou, os policiais embarcaram novamente e afirmaram que Vladmir havia ido embora a pé.
A defesa argumenta que os policiais foram presos para “encobrir os verdadeiros assassinos”.