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O recente sequestro de uma recém-nascida em Uberlândia, situada a 537 km de Belo Horizonte, trouxe à tona um aumento significativo nos casos de rapto de bebês e crianças em Minas Gerais. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que o estado experimentou um aumento de 270% nesse tipo de crime nos últimos três anos.
Em 2021, foram registrados 10 casos, enquanto em 2023, o número subiu para 27 ocorrências. Nos primeiros seis meses deste ano, já foram contabilizados 19 casos, o que representa um aumento de 90% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses incidentes são classificados como “subtração de incapaz” no boletim de ocorrência referente ao sequestro da recém-nascida ocorrido nesta terça-feira.
De acordo com o Código Penal, o rapto de bebês, crianças e adolescentes, retirando-os da guarda dos pais ou responsáveis, é considerado crime, com pena que varia de dois meses a dois anos de detenção. A legislação aplica-se inclusive aos pais biológicos, desde que não tenham a guarda das crianças.
Para o conselheiro tutelar Rafael Fraga, a segurança das crianças deve ser uma prioridade. “É claro que existem violadores em todo lugar, e eles vão oferecer atrativos. Por isso, os responsáveis precisam estar sempre atentos”, afirmou Fraga. Ele enfatiza que, quanto mais próximo e atento o responsável estiver das crianças, menor será o risco de perdê-las. O nível de cuidado varia conforme a idade. “Por exemplo, no caso de bebês, o ideal é mantê-los no colo. Se estiverem no carrinho, este deve estar o mais próximo possível e de uma forma que permita a visualização do bebê”, aconselha. “Quando começam a andar, querem correr e explorar o ambiente, mas não devem ser deixadas sozinhas. Criança deve estar sempre de mão dada, isso é um hábito a ser criado”, completa.
O conselheiro também destaca a importância de evitar distrações que possam afastar os adultos do controle das crianças em locais públicos. “Às vezes, os pais e responsáveis se distraem com conversas ou com o celular, o que pode levar a uma rápida perda de contato com a criança. Precisamos lembrar que estar junto das crianças é um momento especial e valioso”, explicou.
Ele sugere que, em caso de perda da criança em locais lotados, um identificador, como uma pulseira ou etiqueta na mochila, pode ajudar na localização. Recomenda-se que o identificador contenha o nome da criança, o nome da família e um número de telefone para contato.
**Relembre o Caso**
Cláudia Alves, de 42 anos, entrou na maternidade do Hospital de Clínicas da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) disfarçada de pediatra. Testemunhas relataram que ela questionou outros profissionais sobre a localização da ala de maternidade. A suspeita usava um jaleco branco, máscara facial e uma credencial da UFU, onde também leciona no curso de medicina.
Alves encontrou a recém-nascida com os pais e alegou que ajudaria a alimentar a criança, pois o leite da mãe ainda não havia descido. Após alguns minutos, o pai viu a suposta enfermeira sem a criança. Questionada, ela afirmou que outra enfermeira levaria a bebê de volta para o quarto. Sem notícias da criança, a família contatou a Polícia Militar.
A recém-nascida foi encontrada no dia seguinte na residência da suspeita, em Itumbiara, Goiás. A Justiça decretou a prisão preventiva de Cláudia Alves. A defesa solicitou a liberdade provisória, mas a Justiça, considerando a gravidade do crime e as provas apresentadas, negou o pedido.