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A Rússia acusou as tropas ucranianas de terem cruzado a fronteira para a região de Kursk, marcando, se confirmado, a primeira incursão deste tipo desde o início do conflito e exercendo pressão sobre Moscou em uma área que até então havia sido em grande parte poupada pela guerra que já se arrasta por dois anos.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, o Comitê de Investigação Russo e o Provedor de Justiça Russo para as Crianças, as forças ucranianas lançaram um “ataque massivo” na terça-feira (6), com o objetivo de romper as defesas russas nas fronteiras da região de Kursk, ao norte da região de Sumy, na Ucrânia.
Autoridades russas e blogueiros militares relataram que o ataque ucraniano ocorreu por terra e por ar, visando a área próxima à cidade de Sudzha, localizada a cerca de 10 quilômetros da fronteira. O Ministério da Defesa russo informou que aproximadamente 300 soldados, apoiados por tanques e veículos blindados, atacaram posições russas próximas às aldeias de Nikolayevo-Daryino e Oleshnya.
Inicialmente, o ministério declarou que o ataque havia sido repelido, mas depois corrigiu a informação, afirmando que “o inimigo está sofrendo danos”.
O chefe interino da região de Kursk, Aleksey Smirnov, informou nesta quarta-feira (7) que milhares de pessoas haviam evacuado a área nas últimas 24 horas.
Ainda não está claro o motivo pelo qual as forças ucranianas teriam lançado um ataque dessa magnitude. As tropas ucranianas enfrentam crescente pressão ao longo da linha de frente, com Moscou prosseguindo com uma ofensiva lenta e opressiva. A incursão pode ser uma tentativa de desviar recursos russos para outra área, além de servir para elevar o moral das tropas ucranianas e da população civil, diante de uma série de desenvolvimentos negativos na linha de frente.
Se confirmado, o ataque representará um importante avanço no conflito, mesmo que seu impacto imediato seja limitado. Embora haja relatos de grupos de sabotagem pró-ucranianos cruzando a Rússia, nenhum causou danos significativos. As forças ucranianas têm atacado regularmente alvos na Rússia com drones e mísseis, mas não realizaram incursões terrestres oficiais desde o início da guerra em grande escala.
O Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de monitoramento de conflitos com sede nos EUA, publicou imagens geolocalizadas em 6 de agosto mostrando veículos blindados danificados e abandonados cerca de 7 quilômetros ao norte da fronteira, mas não conseguiu confirmar se eram russos, ucranianos ou ambos.
Enquanto isso, as forças russas avançam lentamente em direção à cidade estrategicamente importante de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, ameaçando uma linha de abastecimento vital para Kiev. As tropas russas também afirmam ter tomado a aldeia de Niu York e estão se aproximando de Toretsk.