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O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, cancelou os planos de visitar a Ásia Central e a Mongólia neste fim de semana, após um aviso sem precedentes de que o risco de um grande terremoto na costa do Pacífico estava acima do normal.
A decisão foi tomada após a Agência Meteorológica do Japão (JMA) emitir seu primeiro alerta sobre a possibilidade de um grande terremoto, motivada por um tremor de magnitude 7,1 que atingiu a ilha de Kyushu, no sudoeste do país.
Fumio Kishida explicou, durante uma conferência de imprensa, que optou por permanecer no Japão para assegurar que os preparativos e comunicações estivessem adequados, apesar de o comunicado oficial não definir um prazo específico para o potencial evento ou solicitar a evacuação dos moradores.
O primeiro-ministro destacou que, embora não houvesse uma indicação de que um terremoto aconteceria, era importante que a população estivesse pronta para se deslocar, se necessário.
Kishida também mencionou que, por ser a 1ª vez que um alerta desse tipo é emitido, a decisão de cancelar a visita planejada à Ásia Central e à Mongólia foi tomada para evitar ansiedade entre a população.
O governo japonês pode tentar realizar reuniões online com os líderes regionais, visto que a visita ao Cazaquistão, Uzbequistão e Mongólia estava originalmente programada para ocorrer de sexta a segunda-feira.
A JMA alertou para a maior probabilidade de um grande terremoto no vale de Nankai, uma fossa oceânica ao longo da costa do Pacífico do Japão, onde terremotos anteriores provocaram grandes tsunamis.
Normalmente, a estimativa de probabilidade de um terremoto de magnitude 8 ou 9 ocorrer no Japão nos próximos 30 anos é de 70% a 80%, o que equivale a uma chance em mil de um terremoto em qualquer semana. Com o novo alerta, essa probabilidade subiu para uma em centenas.
A NHK, emissora pública japonesa, relatou que alguns supermercados na região de Shizuoka estavam enfrentando escassez de suprimentos, como água engarrafada e pacotes de arroz, devido ao aumento da demanda por parte dos clientes.
Uma placa em um supermercado indicava que o estoque de água engarrafada havia acabado após os relatos sobre o terremoto de Nankai, com pedidos de desculpas aos clientes.
O atual sistema de alerta, que entrou em vigor em 2019, tem dois níveis: o primeiro aconselha a preparação para deixar as residências, e o segundo recomenda a saída imediata de áreas propensas a perigo.
Algumas empresas e autoridades locais também adotaram medidas de precaução em resposta ao alerta, no momento em que o Japão se prepara para o período de férias de verão.
A cidade costeira de Shirahama, na província de Wakayama, fechou suas praias por uma semana e cancelou uma queima de fogos planejada.
A JR Tokai reduziu a velocidade de alguns de seus trens-bala em áreas específicas, e a principal concessionária de energia do Japão, JERA, está revisando seus procedimentos de comunicação e emergência com seus transportadores de combustível.
O Japão, um dos países mais propensos a terremotos no mundo, ainda carrega as cicatrizes do terremoto de magnitude 9 em 2011, que resultou na morte de mais de 15 mil pessoas, desencadeou um tsunami devastador e provocou o colapso de três reatores em uma usina nuclear.
Um terremoto de magnitude 5,3 atingiu Tóquio e arredores na noite desta sexta-feira (horário local), um dia após o 1º alerta sobre risco de um grande terremoto na costa do Pacífico do país.