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O general Oleksandr Syrskyi anunciou nesta terça-feira (27) que as forças ucranianas controlam quase 1.300 quilômetros quadrados na região russa de Kursk, após uma incursão surpresa há três semanas. Segundo Syrskyi, a Ucrânia capturou 594 prisioneiros russos durante a operação.
“O inimigo está movimentando tropas de outras áreas, enfraquecendo-as. Eles estão tentando criar um anel de defesa em torno da nossa ofensiva e planejam ações de contra-ataque”, afirmou Syrskyi sobre a situação em Kursk. O território conquistado é aproximadamente do tamanho de Los Angeles. A veracidade dessa afirmação ainda não foi confirmada de forma independente.
Os combates na região levantaram preocupações sobre os riscos para a usina nuclear de Kursk. Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que visitou a planta na terça-feira, alertou: “Aqui existe o perigo de um acidente nuclear. Hoje, fui informado sobre vários ataques com drones no território e nas instalações da planta. Vi sinais desses ataques na planta.”
Apesar dos riscos, Grossi afirmou que a planta está operando “em um modo muito próximo do normal”.
A declaração de Syrskyi veio horas após a Ucrânia sofrer um segundo ataque aéreo e de mísseis noturnos consecutivos por parte da Rússia. Os ataques resultaram na morte de cinco pessoas e 16 feridos. O presidente Volodymyr Zelenskyy informou que 81 drones, além de mísseis de cruzeiro e balísticos, foram utilizados. Zelenskyy afirmou que quatro pessoas morreram, embora o governador da região de Zaporiyia tenha confirmado posteriormente que uma quinta vítima faleceu devido a queimaduras.
“Sem dúvida, responderemos à Rússia por esse e todos os outros ataques. Crimes contra a humanidade não podem ficar impunes”, escreveu Zelenskyy no X.
A operação em Kursk, a maior incursão no território russo desde a Segunda Guerra Mundial, forçou a evacuação de cerca de 130.000 residentes. A Rússia enviou reforços para a região, mas não está claro o impacto dessas ações na posição russa no leste da Ucrânia, onde os avanços têm sido lentos.
O Ministério da Defesa russo afirmou que a Ucrânia sofreu pesadas perdas em Kursk, com cerca de 6.000 soldados mortos ou feridos e mais de 70 tanques destruídos, além de dezenas de veículos blindados. Essas cifras não foram confirmadas de forma independente.
Na região de Kiev, onde ocorreram apagões após os ataques de segunda-feira contra instalações elétricas, foram emitidas cinco alertas durante a noite. O governo regional informou que as defesas aéreas destruíram todos os drones e mísseis, mas os destroços causaram incêndios florestais.
Enquanto isso, a Ucrânia enfrenta problemas em seu próprio território, especialmente em Pokrovsk, uma das cidades mais afetadas pela ofensiva russa. A cidade teve que ser evacuada devido à intensificação dos combates e bombardeios das tropas russas.
Após os intensos ataques de segunda-feira, com mais de 100 mísseis e um número similar de drones, o primeiro-ministro Denys Shmyhal declarou que “a infraestrutura energética foi alvo, mais uma vez, de terroristas russos” e pediu aos aliados da Ucrânia por armas de longo alcance e autorização para usá-las contra alvos na Rússia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou o ataque russo à infraestrutura energética de “indignante” e afirmou que reordenou as prioridades de exportação de defesa aérea dos EUA para enviar equipamentos para a Ucrânia. Além disso, os EUA estão enviando equipamentos energéticos para reparar os sistemas e fortalecer a rede energética da Ucrânia.
O Ministério da Defesa russo afirmou que foram usadas “armas aéreas e marítimas de precisão de longo alcance e drones de ataque contra instalações de infraestrutura energética crítica que sustentam o funcionamento do complexo militar-industrial da Ucrânia. Todos os alvos designados foram atingidos.”
Autoridades russas relataram que quatro mísseis ucranianos foram derrubados sobre a região de Kursk.
(Com informações da AP)