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Para milhões de pessoas ao redor do mundo, o café é uma parte fundamental do dia. Desde a primeira xícara ao acordar até a que acompanha a jornada de trabalho, essa bebida deixou de ser apenas um ritual matutino para se tornar um aliado da saúde.
Um novo estudo descobriu que beber café não só melhora o estado de alerta, mas também pode ter um impacto positivo na massa muscular.
Em um trabalho publicado na revista Frontiers in Nutrition, pesquisadores da China realizaram um estudo sobre o impacto do consumo de café e cafeína na massa muscular esquelética de adultos nos Estados Unidos. Os resultados mostraram uma relação positiva entre um maior consumo dessas substâncias e o aumento da massa muscular esquelética.
Quais são os efeitos do café nos músculos
O estudo, que analisou os dados de mais de 8.000 adultos nos Estados Unidos, revelou que os bebedores de café tinham cerca de 10% mais massa muscular do que aqueles que não bebiam.
Essa diferença é significativa, especialmente para pessoas mais velhas, que experimentam uma diminuição progressiva de sua massa muscular a partir dos 30 anos. À medida que as pessoas envelhecem, perdem aproximadamente 5% de massa muscular a cada década, o que as torna mais vulneráveis a quedas e fraturas.
Uma das razões por trás desses efeitos pode ser um processo chamado autofagia, que o café parece estimular. A autofagia é o mecanismo pelo qual as células descompoem e reciclam componentes danificados ou velhos, sendo essencial para a regeneração muscular.
Além disso, o café possui propriedades anti-inflamatórias que ajudam a reduzir a inflamação crônica, uma das principais causas do deterioro muscular. Segundo o professor Keith Godfrey, do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e Assistência do Reino Unido, o café também contém trigonelina, um composto que melhora os níveis de mitocôndrias, as fábricas de energia das células, o que poderia proteger ainda mais a massa muscular.
Quais outros benefícios o café oferece
Justin Stebbing, professor de ciências biomédicas na Universidade Anglia Ruskin, afirmou ao The Telegraph que “o café parece ser realmente bom para todos os sistemas orgânicos”, desde que se evitem as versões carregadas de açúcar e xaropes.
Nesse sentido, além dos benefícios para os músculos, as pesquisas indicam que o café pode oferecer proteção à:
- Saúde cerebral: Embora muitos o consumam para aumentar a concentração e o estado de alerta, estudos recentes sugerem que também pode proteger o cérebro a longo prazo. Alguns compostos presentes no café, como os fenilindanos formados durante a torrefação dos grãos, poderiam proteger contra a acumulação de proteínas tóxicas, como a amiloide e a tau, associadas a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e outras formas de demência. Esses achados sugerem que o café não só melhora o desempenho cognitivo a curto prazo, mas pode contribuir para manter a memória e a atenção na velhice.
- Saúde cardiovascular: Embora o consumo excessivo de café possa elevar temporariamente a frequência cardíaca, estudos encontraram que o consumo moderado dessa bebida está relacionado a um menor risco de doenças cardiovasculares. Segundo uma pesquisa, para cada xícara adicional de café por semana, o risco de insuficiência cardíaca diminui em 7% e o risco de acidente vascular cerebral em 8%. Os polifenóis presentes no café têm efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes que ajudam a proteger o coração de danos, tornando essa bebida uma aliada da saúde cardíaca a longo prazo.
- Saúde intestinal: Outro benefício interessante do café é seu impacto positivo na saúde intestinal. Pesquisas mostram que os bebedores de café tendem a ter uma microbiota mais diversa do que aqueles que não o consomem. Esse efeito pode ser atribuído ao alto teor de fibra do café (cerca de 1,5 g por xícara), que favorece o crescimento de bactérias benéficas no intestino. Além disso, os polifenóis presentes no café também têm um efeito positivo sobre a flora intestinal, promovendo uma melhor digestão e fortalecendo o sistema imunológico.
- Saúde mental: Além de seus efeitos físicos, o café parece ter benefícios importantes para a saúde mental. Um estudo encontrou que aqueles que bebiam cerca de quatro xícaras e meia por dia tinham 25% menos risco de depressão em comparação com aqueles que bebiam menos de uma xícara. Esse efeito pode ser devido ao aumento da liberação de neurotransmissores, como a dopamina, conhecida como a “hormona da felicidade”. No entanto, é importante notar que a tolerância à cafeína varia, e em algumas pessoas, pode causar ansiedade e insônia se consumido em excesso.
- Câncer: Estudos descobriram que o café poderia reduzir o risco de certos tipos de câncer, como o câncer de fígado, útero e boca. Embora não se conheça com certeza o mecanismo exato, acredita-se que os compostos cafestol e kahweol presentes no café possam ajudar a eliminar substâncias químicas que promovem o desenvolvimento do câncer. Além disso, outros componentes como o ácido cafeico e o ácido clorogênico têm a capacidade de neutralizar os radicais livres, protegendo as células dos danos que podem levar ao surgimento de tumores malignos.
Quanto café é recomendável consumir por dia
Segundo a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), o consumo moderado de café é seguro para a maioria dos adultos. Isso equivale a aproximadamente 400 miligramas de cafeína por dia, o que se traduz em cerca de quatro xícaras de café filtrado de 236 ml.
No entanto, é importante considerar que as necessidades e tolerâncias podem variar de pessoa para pessoa. Para mulheres grávidas, a recomendação é limitar o consumo a 200 miligramas de cafeína por dia, ou seja, cerca de duas xícaras.
Além disso, é essencial prestar atenção à quantidade de cafeína presente em outros produtos consumidos ao longo do dia, como chás, bebidas energéticas e certos alimentos como chocolate. A ingestão responsável de café pode maximizar seus benefícios sem gerar efeitos colaterais indesejados.
Quais são os riscos de consumir muito café
Embora o café ofereça múltiplos benefícios, seu consumo excessivo pode ter efeitos adversos.
Tomar muita cafeína pode provocar sintomas como taquicardia, nervosismo, ansiedade, náuseas e até mesmo dificuldades para dormir.
Em casos extremos, uma overdose de cafeína pode causar vômitos ou tremores, embora isso geralmente ocorra apenas com quantidades muito elevadas, como o equivalente a 50 a 100 xícaras de café em um curto período de tempo, segundo a professora Adrienne Hughes, da Universidade de Saúde e Ciências de Oregon.
Além disso, a cafeína pode aumentar temporariamente a pressão arterial, o que pode ser problemático para pessoas com condições cardíacas pré-existentes ou que apresentam ritmos cardíacos irregulares. A tolerância à cafeína varia significativamente entre os indivíduos, por isso é crucial ouvir o corpo e ajustar o consumo de acordo. Se surgirem sintomas como palpitações ou ansiedade, é recomendável reduzir a ingestão diária.