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A preocupação com doenças cardíacas não necessariamente se traduz em cuidados preventivos. Em comemoração ao Dia Mundial do Coração, a pesquisa “O Coração do Paulistano”, divulgada pela empresa de pesquisa e inteligência de dados Nexus, revelou que as doenças cardiovasculares ocupam a segunda posição entre as maiores preocupações dos paulistanos, atrás apenas do câncer e da diabetes.
Segundo o levantamento, as enfermidades do coração foram citadas por 15% dos entrevistados, enquanto o câncer lidera com 56% e a diabetes aparece em terceiro lugar, com 12%.
Apesar dessa preocupação, a pesquisa apontou que 46% dos entrevistados nunca consultaram um cardiologista para exames preventivos. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o índice é ainda mais alarmante, alcançando 68%. Os adultos de 25 a 48 anos apresentam uma taxa de 56% de não realização de avaliações cardíacas.
A renda também influencia na ausência de cuidados com a saúde do coração. Entre aqueles que ganham até um salário mínimo, 56% nunca procuraram um especialista. O percentual é de 51% entre os que recebem de um a dois salários mínimos, e de 48% entre os que têm uma renda de dois a cinco salários mínimos.
Dos entrevistados que já consultaram um cardiologista, 53% o fizeram nos últimos 12 meses, enquanto 23% buscaram atendimento entre um e dois anos atrás. Outros 9% consultaram entre dois e três anos, e 14% relataram que a última consulta foi há mais de três anos. Além disso, um em cada dez moradores da capital paulista utiliza medicamentos para problemas cardíacos com regularidade.
Um exemplo que ilustra a situação é o do aposentado José Carlos Mazzali, de 74 anos, que sofreu dois infartos, o primeiro em junho de 2019 e o segundo em janeiro de 2020. Antes desses episódios, ele nunca havia consultado um cardiologista, pois não apresentava problemas cardíacos. Atualmente, Mazzali realiza tratamento periódico no Instituto do Coração (Incor), fazendo mensalmente um exame de tempo de protrombina, que avalia a espessura do sangue, e consultas regulares a cada seis meses.
Para a cardiologista Fernanda Weiler, do Hospital Sírio Libanês, a falta de visitas regulares ao cardiologista é preocupante, mesmo com o conhecimento de que as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. Ela aponta que a maioria dessas doenças é silenciosa, muitas vezes só se manifestando em casos graves, como infartos ou AVCs. Além disso, a médica destaca a falta de tempo e o receio de receber um diagnóstico sério como fatores que afastam a população das consultas.
Fernanda recomenda que as consultas regulares com um cardiologista comecem a partir dos 40 anos ou antes, caso haja histórico de morte súbita precoce na família ou problemas como colesterol elevado e pressão alta.
A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 11 de setembro com 2.030 moradores da cidade de São Paulo, a partir dos 16 anos, e possui um nível de confiança de 95%.