Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
A 16ª Cúpula dos BRICS, que ocorre em Kazan, na Rússia, está marcada por uma disputa diplomática entre Brasil e Venezuela, com tensões crescendo em torno da possível inclusão do país sul-americano no grupo. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não aceitou os resultados das últimas eleições em seu país, o que gerou forte resistência do governo brasileiro à sua inclusão no bloco de países emergentes.
Na manhã desta terça-feira (22), o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, em um diálogo que girou em torno de questões políticas e econômicas relacionadas ao BRICS. Enquanto isso, Maduro surpreendeu ao chegar inesperadamente em Kazan, o que foi interpretado como um sinal claro de apoio de Putin à inclusão da Venezuela no grupo.
A partir desta quarta-feira (23), os chefes de Estado dos BRICS irão analisar as reivindicações de cerca de 30 países interessados em se juntar ao bloco, que até recentemente contava apenas com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A Venezuela, com o apoio explícito da Rússia, é uma das principais candidatas, mas enfrenta a forte oposição do Brasil, que ainda não reconhece o governo de Maduro como legítimo após as eleições contestadas.
Nos bastidores, a diplomacia venezuelana tem intensificado seus esforços para persuadir o Itamaraty desde a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. No entanto, fontes diplomáticas indicam que o presidente Lula continua reticente quanto à inclusão de Maduro no BRICS, especialmente devido às tensões crescentes na América Latina e à recente irritação de Lula com a postura do líder venezuelano.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou que a inclusão da Venezuela será analisada durante a cúpula, mas reforçou que a decisão passará pelo crivo dos atuais membros plenos do BRICS, que agora também incluem Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. Esses novos membros, que se juntaram ao bloco recentemente, têm direito de voto e poder de veto, tornando as negociações ainda mais delicadas.