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Um homem de 44 anos, identificado como Everett Chad Nelson, foi acusado de agredir brutalmente um passageiro surdo e não verbal durante um voo da United Airlines, na última segunda-feira. O incidente ocorreu no voo 2247, que partiu de São Francisco em direção a Washington Dulles, cerca de duas horas após a decolagem.
De acordo com um boletim de ocorrência criminal, a violência teve início quando Nelson se levantou para ir ao banheiro. Ao retornar ao seu assento, ele parou na poltrona 12F e, “sem aviso prévio, começou a atacar fisicamente um passageiro que dormia, desferindo socos repetidos em seu rosto e cabeça até que o sangue começasse a jorrar”.
Sandhya Gupta, uma passageira que estava sentada a uma fileira atrás da vítima, descreveu o momento como aterrorizante: “A próxima coisa que eu soube foi que ouvi gritos ensurdecedores”. Ela afirmou que Nelson estava agredindo o homem de forma “muito violenta e agressiva”, ressaltando que a brutalidade do ataque era incomum e muito mais intensa do que uma briga de bar.
As autoridades alegam que Nelson golpeou a vítima indefesa por um minuto inteiro, até que um bom samaritano interveio e o afastou. A agressão resultou em uma fratura no nariz da vítima, causando respingos de sangue por toda parte — no assento, na parede da cabine, na janela e nas mangas do casaco de Nelson. A vítima também ficou com dois olhos roxos.
Após a separação, um médico que estava a bordo prestou assistência à vítima, momento em que os passageiros e a equipe de voo perceberam que ele não conseguia ouvir nem falar. “Quando ele tentou se comunicar conosco em linguagem de sinais, foi quando percebemos que ele era surdo e não verbal”, disse um dos passageiros.
A vítima conseguiu se comunicar com a equipe da United por meio de mensagens no celular, expressando seu medo: “Ele continuava enviando mensagens dizendo: ‘Estou tão assustado’. Era horrível”, comentou um dos passageiros.
Nelson não sofreu ferimentos e, segundo o boletim, “não havia indícios de que a suposta vítima tivesse o agredido em defesa própria”. Após o incidente, a equipe de bordo transferiu Nelson para um assento na parte da frente do avião e colocou o bom samaritano responsável por mantê-lo sob vigilância até o pouso.
O boletim de ocorrência não menciona um motivo para a agressão e não esclarece se os dois homens tinham algum relacionamento prévio antes do ataque, que pareceu ocorrer do nada. Durante a troca de mensagens com a vítima, uma comissária de bordo informou que o suspeito havia alegado que a vítima o atacou na rua anteriormente, mas a vítima respondeu que nunca havia visto Nelson antes em sua vida.
O voo transportava 82 passageiros e seis membros da tripulação, conforme informado pela United Airlines. A TSA (Administração de Segurança do Transporte) contatou o FBI durante o voo, indicando que havia uma “Perturbação de Nível 2” a bordo, que caracteriza “comportamento fisicamente abusivo”, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA). Isso coloca o incidente um nível acima do “Nível 1”, que é “comportamento disruptivo”, mas antes do “Nível 3”, que envolve “tentativa ou violação real do cockpit”.
“Graças à rápida ação de nossa equipe e dos clientes, um passageiro foi contido após se tornar fisicamente agressivo em relação a outro cliente em um voo de São Francisco para Washington Dulles na segunda-feira”, declarou um porta-voz da United.
“O voo pousou em segurança e foi recebido por paramédicos e autoridades locais.”
Nelson foi acusado de agressão por espancamento no âmbito da jurisdição especial de aeronaves dos Estados Unidos. Ele pode enfrentar até um ano de prisão se condenado.
A FAA relatou 1.748 casos de passageiros indisciplinados até agora em 2024, aproximando-se lentamente do total do ano passado, que foi de 2.076, segundo o site da agência. O número de incidentes ainda está significativamente abaixo do pico de 5.973 ocorrências de passageiros indisciplinados em 2021, durante a pandemia de COVID-19.