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A Polícia Federal (PF) disse ver elementos de participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no esquema de candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais nas eleições de 2018. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que divulgou o esquema, os crimes investigados, inicialmente, são falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A partir de agora, os investigadores vão apurar qual foi a participação do ministro nesses eventuais crimes.
A PF ouviu as candidatas laranjas. Zuleide Oliveira, 42 anos, de Santa Rita de Caldas (MG) foi uma das que prestaram depoimento. Ela reafirmou à polícia que o ministro lhe ofereceu dinheiro do fundo partidário para sua campanha, no valor de R$ 60 mil, com a condição de que ela devolvesse R$ 45 mil.
De acordo com o jornal, ela entregou recibos de pedágio como forma de provar que se deslocou para Belo Horizonte no dia em que disse ter tido uma reunião com Álvaro Antônio, em setembro do ano passado. Segundo ela, O encontro ocorreu no escritório do atual ministro na capital mineira, em um prédio que exige identificação na entrada — registros que agora são procurados pela PF.
No celular de Zuleide, os investigadores encontraram diversos áudios com dirigentes do PSL de Minas, incluindo assessores de Álvaro Antônio.
A candidata Neia Rodrigues, 37 anos, também foi ouvida. Com as duas, já são quatro as denúncias feitas sobre o esquema de candidatas laranjas. Depoimentos de uma quinta e uma sexta denunciante são esperados nos próximos dias.
O esquema
Segundo reportagem da Folha, em fevereiro, dos R$ 279 mil repassados pelo PSL a quatro candidatas, ao menos R$ 85 mil foram parar oficialmente na conta de quatro empresas de pessoas ligadas a Marcelo Álvaro Antônio.
O ministro nega participação no esquema e afirma que seguiu a lei.
Além de Minas Gerais, o esquema também teria ocorrido, de acordo com o jornal, em Pernambuco, estado do atual presidente do partido, Luciano Bivar. A candidata laranja teria recebido do partido R$ 400 mil der dinheiro público nas eleições do ano passado.
Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos. Ela foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL do país.
A denúncia levou à queda do então ministro da Secretaria de Governo, Gustavo Bebianno. Foi ele quem presidiu o partido durante as eleições de 2018 e responsável formal pela liberação de verba pública para todos os candidatos do partido.