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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determine o uso de tornozeleira eletrônica pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), acusado dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e de atrapalhar investigações criminais. Denunciado em 2016, Fonte tornou-se réu na Operação Lava Jato em maio de 2018.
Raquel Dodge também pediu à Suprema Corte a aplicação de outras medidas cautelares, como a obrigatoriedade de Fonte voltar para casa após o término das sessões na Câmara dos Deputados e a proibição do parlamentar de contatar testemunhas arroladas no processo a que responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em nota, a assessoria do Ministério Público Federal (MPF) informou que a procuradora encaminhou nesta segunda-feira (15) a manifestação ao relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin. Nela, Raquel Dodge afirma que o parlamentar continua atuando de forma a obstruir as investigações. Ele é acusado de ter recebido R$ 300 mil da construtora UTC, para que esta se beneficiasse com contratos com a Petrobras.
De acordo com a nota, testemunhas indicadas pelos advogados de Fonte tentaram desacreditar o trabalho da Polícia Federal (PF). Três destas testemunhas são peritos da PF já aposentados. Confrontado durante audiência realizada no último dia 10, um deles confirmou que é sócio-administrador de uma empresa especializada em perícias contratada pelo parlamentar. Essa testemunha admitiu ter tido acesso prévio às provas sobre as quais falaria na condição de testemunha – fato proibido por lei.
Para a procuradora-geral, a conduta de Fonte é um fato processual “grave” que afronta a veracidade, a imparcialidade e a credibilidade da prova testemunhal, atingindo “a respeitabilidade, a honra e a altivez do STF”.
*Com Agência Brasil