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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para incluir e-mails do empresário Marcelo Odebrecht em um inquérito no qual o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) é investigado.
No pedido enviado ao STF, Dodge argumenta que esses e-mails “corroboram” informações dadas por Marcelo Odebrecht sobre supostas irregularidades em obras no Rio Madeira.
Ex-presidente nacional do PSDB, Aécio é alvo desse inquérito por suposto recebimento de R$ 50 milhões para defender interesses das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez nas obras das usinas de Santo Antônio e Jirau.
Quando a delação de Marcelo Odebrecht se tornou pública, Aécio negou as acusações. A assessoria dele também divulgou uma nota na qual destacou que o governo federal à época das obras era comandado pelo PT, não havendo, portanto, “nenhuma participação” do tucano no caso.
“Registramos que as obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira (usinas de Santo Antônio e Jirau) foram licitadas pelo governo federal, do PT, não havendo, portanto, nenhuma participação do governo de Minas. Em uma delas, em Jirau, a Cemig foi inclusive derrotada. Dessa forma, não há qualquer elemento ou mesmo indício de participação do senador Aécio Neves em favor da empresa”, dizia a nota à época.
O que diz a PGR
Segundo Raquel Dodge, Marcelo Odebrecht fez um complemento no acordo de delação premiada. Nesse complemento, afirma a procuradora-geral, há uma série de e-mails que “corroboram seu relato acerca do objeto da investigação”.
Dodge afirma ainda que os e-mails e outras informações contidas no computador de Marcelo Odebrecht “contextualizam os fatos relatados sobre a evolução das discussões e diversas interações entre vários interlocutores acerca da influência no setor elétrico de Aécio Neves – Jirau”.
“Essas mensagens revelam o protagonismo do parlamentar Aécio Neves na condução das tratativas envolvendo os grandes projetos da área de energia”, diz o documento da PGR.
Dodge diz também que as mensagens corroboram os registros de pagamento ao então senador, ao PSDB e a outros partidos a pedido de Aécio, podendo revelar “novos possíveis fatos delitivos” e que demandam apuração.
Análise do pedido
Caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, decidir sobre a inclusão dos e-mails no inquérito.
Em março, o ministro concedeu mais 30 dias de prazo para a Polícia Federal concluir a apuração sobre a suposta atuação do deputado no caso.
Em agosto, Fachin informou que o prazo concedido se encerrou e pediu que os investigadores enviassem um relatório, ainda não apresentado.
-Por G1