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O desmatamento na floresta tropical amazônica do Brasil diminuiu em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado, mostraram dados preliminares do governo nesta sexta-feira, apesar de os incêndios estarem piorando na região.
Aproximadamente 1.359 quilômetros quadrados de selva foram devastados no mês passado, maior que a área do município do Rio de Janeiro, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Trata-se do quinto pior mês já registrado, embora a cifra tenha ficado 21% abaixo da de agosto de 2019.
O desmatamento mensal mostrou um recuo em relação a um recorde do ano passado, mas ambientalistas dizem que a destruição continua fora de controle.
“Simplesmente não repetiu o desastre, mas ainda é muito ruim”, disse Marcio Astrini, que dirige o grupo ativista brasileiro Observatório do Clima.
Nos oito primeiros meses do ano, o desmatamento diminuiu 5% na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo cerca de 6.100 quilômetros quadrados.
Ambientalistas e especialistas culpam as políticas do presidente Jair Bolsonaro pela disparada do desmatamento –os cinco piores meses de desmatamento já registrados ocorreram depois que ele tomou posse, em janeiro de 2019. Eles dizem que Bolsonaro tem revogado proteções ambientais e apelado pelo desenvolvimento da Amazônia, incentivando madeireiros ilegais e grileiros a destruírem a floresta.
Bolsonaro defende suas políticas, dizendo que o desenvolvimento tirará a região da pobreza. Ele autorizou os militares a combaterem o desmatamento e os incêndios florestais de maio a novembro deste ano.
Enquanto isso, os incêndios na Amazônia nos dez primeiros dias de setembro subiram 85% quando comparados com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Inpe.
“Eu vi os números. Estou assustada”, disse Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Em agosto, os incêndios provavelmente atingiram sua maior alta na década, disse um especialista do Inpe à Reuters.
O desmatamento e os incêndios florestais deste ano emitiram 226 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o equivalente às emissões anuais de 48,8 milhões de carros, segundo um cálculo do Ipam e do Centro de Pesquisa Climática Woodwell dos Estados Unidos.
*Reuters