Facilitar o acesso às armas e munições é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro desde a época em que ele era deputado. Segundo um levantamento realizado pela revista Veja, os registros de na Polícia Federal mais que triplicaram sob o novo governo.
Segundo o levantamento, em 2018, na época do governo de Michel Temer, foram dadas 51 027 autorizações a civis, número que foi a 94 064 no primeiro ano do governo Bolsonaro e atingiu 177 782 em 2020. Somente nos seis primeiros meses deste ano já foram 97 243, o que revela que o fenômeno continua. Embora tenha ocorrido de forma geral no país, o aumento foi maior nas regiões Norte e Centro-Oeste. Estados como Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul destacam-se nesse ranking.
Em agosto, em aceno à sua política armamentista, o presidente da República voltou a defender o porte e a posse de arma para a população. O mandatário ironizou matérias da mídia apontando que o número de aquisição de armamentos tem dobrado ano após ano e rebateu dizendo esperar que “quintuplique”.
O Supremo Tribunal Federal iniciou um julgamento com potencial para derrubar de vez quatro decretos, cuja eficácia já foi suspensa por liminar da ministra Rosa Weber.
No último dia (18), depois de interromper o julgamento sobre os decretos do presidente Jair Bolsonaro que ampliaram o acesso a armas e munições, o ministro do STF Kassio Nunes Marques, também pediu mais tempo para analisar ações contra a portaria que revogou normas para identificação e controle de armamentos.
Em abril, a ministra Rosa Weber, relatora de um bloco de ações contra a política armamentista de Bolsonaro, também suspendeu as flexibilizações até o julgamento colegiado. O debate entre os ministros começou a ser travado em abril, mas foi suspenso por um pedido de vista de Alexandre de Moraes e voltou agora ao plenário virtual.