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Na manhã desta terça-feira (28), o prefeito de São Mateus, Daniel Santana, conhecido como Daniel da Açaí, foi preso durante uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa que atua no Norte do Espírito Santo.
Além dele, também foram presos na Operação Minucius uma das controladoras da cidade, seu operador e quatro empresários ligados ao esquema criminoso. Os nomes dos outros presos não foram divulgados.
De acordo com a PF, foram obtidas provas que indicam que o prefeito, desde o seu 1º mandato, organizou um modelo criminoso estruturado dentro da administração municipal para cometer vários crimes, como o direcionamento fraudulento de licitações.
O valor dos contratos celebrados pelo município com as empresas investigadas chega ao valor de R$ 43.542.007,20.
Foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, em residências e empresas de São Mateus (19), Linhares (6) e Vila Velha (1). Os policiais apreenderam dinheiro em espécie e joias na casa do prefeito.
Segundo a PF, os valores estão sendo contados e já passam de R$ 400 mil. Mais R$ 300 mil foram encontrados em uma empresa que seria de Daniel.
São Mateus tem cerca de 130 mil habitantes e é uma das maiores cidades do Espírito Santo.
Ainda de acordo com a PF, as investigações se iniciaram após o recebimento de denúncias sobre dispensa ilegal de licitações com a exigência de percentual de propina sobre o valor das contratações públicas.
Segundo as investigações, o esquema contava também com distribuição de cestas básicas como forma de apaziguar a população em relação aos atos ilícitos.
As informações iniciais também indicaram que uma vez que empresas ligadas ao esquema “venciam” as licitações, estabelecia-se um valor a ser pago aos agentes públicos que variava de 10% a 20% do valor do contrato.
Como forma de não gerar perdas aos empresários, a entrega de bens e serviços era identicamente reduzida, na proporção das propinas pagas.
Entre as empresas ilegalmente beneficiadas pelo esquema ilícito, há empresas do próprio prefeito, que, segundo a PF, se valia de sócios de fachada para ocultar sua verdadeira condição de proprietário.