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“Nossos valores e princípios são inegociáveis”, diz diretor de escola cristã processada pelo MP

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Preocupados com os rumos da educação no Brasil, André Silas Martins e sua esposa Cristina Araújo Nogueira Martins inauguraram o Colégio Recanto do Espírito Santo, em fevereiro de 2021. Localizada no município de Itaúna (MG), a escola católica foi parar nas páginas dos jornais após ser alvo de uma Ação Civil Pública do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

O MP considerou que a escola católica praticou “discurso de ódio” ao distribuir um informativo para alertar os pais dos alunos sobre os perigos da ideologia de gênero. Segundo o órgão, o material possui “conteúdo de natureza homotransfóbica”. Por essa razão, solicitou indenização de R$ 500 mil a ser revertida a causas LGBT.

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Em entrevista exclusiva à repórter Fernanda Salles, do Jornal Gazeta Brasil, o fundador e diretor-geral da instituição, André Silas, conta que a repercussão do caso o surpreendeu.

“Somos uma instituição que opera o colégio sem fins lucrativos. É uma missão que nós temos. Desde 2008, um período que veio forte a ideologia de gênero — principalmente nas escolas — fomos impulsionados a abraçar esse desafio de ajudar as famílias”, relata.

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Segundo André, o panfleto distribuído pela escola respondia a dúvidas de vários pais que já haviam procurado a direção do colégio em busca de indicações de material escolar adequado. Foi nesse momento que nasceu a ideia de produzir o comunicado interno alertando sobre os perigos de símbolos considerados contrários aos valores professados pela escola.

A reitora, Cristina Martins, também é fundadora da Comunidade Católica Recanto do Espírito Santo. Segundo o casal, o colégio é um braço dessa comunidade e tem como base os princípios cristãos.

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“Estamos aqui em nome de Jesus Cristo, da fé católica, dos cristãos e das famílias. Estamos dando as nossas vidas sem querer nada em troca”, afirma a reitora.

Para o fundador do colégio, é necessário preservar a inocência das crianças e mantê-las blindadas de ideologias como a de gênero.

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“Fazemos eventos e retiros com jovens e adultos que já trazem marcas da infância e adolescência e muitas dessas marcas são feitas na escola”.

“A nossa preocupação também é trabalhar com esses alunos desde a mais tenra idade para que a gente consiga, na medida do possível, manter essa pureza que é própria da criança e blindá-las de alguma forma dessas ideologias. Essa é a nossa missão”, explica.

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“Não tem como a gente defender coisas contrárias ou concordarmos com aquilo que não faz parte dos nossos princípios. Os pais que estão conosco no colégio também esperam isso da gente”.

O comunicado simples que virou polêmica

André Silas conta que os jornais usaram uma narrativa tendenciosa para atacar a escola.

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“No dia 12 de janeiro nós emitimos o comunicado interno e para a nossa surpresa isso foi parar nos jornais da cidade. Essas matérias já vieram com uma narrativa para nos atacar. A partir daí [o caso] ganhou uma repercussão regional e nacional dizendo que o conteúdo era homofóbico e preconceituoso, porém, nesse comunicado estamos simplesmente expressando a nossa liberdade enquanto colégio confessional”.

O diretor afirma que as orientações contidas no informativo não eram impositivas ou obrigatórias. Os pais que não quisessem aderir tinham total liberdade. “Sabemos respeitar a escolha individual, [], porém a escola enquanto confessional tem o papel de orientar e educar naquilo que acreditamos ser o ensinamento bíblico”.

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De acordo com ele, no dia 20 de janeiro o colégio recebeu um comunicado sobre a instauração de um processo administrativo no Ministério Público pela Promotoria de Direitos Humanos e a Promotoria de Justiça de Defesa da Educação e dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. Eles receberam uma recomendação para que a escola cumprisse o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A recomendação também orientava que o colégio deveria “educar para a diversidade”.

O casal chegou a participar de uma reunião de conciliação com as promotorias, todavia não houve acordo. “Não foi possível fazer acordo no sentido que eles queriam. Nossos princípios e valores são inegociáveis”, explica André.

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Os dois só tomaram conhecimento da ação do MP através da imprensa, no final de abril deste ano.

Deputada do PSOL de Minas Gerais teve participação na “denúncia”

Entre as pessoas que foram ouvidas pelo MP contra a escola estão militantes do movimento LGBTQ e de esquerda, entre eles a deputada federal do PSOL Áurea Carolina de Freitas e Silva, e a Aliança Nacional LGBT.

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A parlamentar lulista usou o seu twitter para atacar o colégio e chamou o conteúdo do informativo de “discriminatório”

“Escola não é lugar de discurso de ódio. Não vamos tolerar o reforço da LGBTfobia!”, escreveu.

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https://twitter.com/aureacarolinax/status/1520149298373185536

Conservadores demonstram apoio à escola após perseguição

Cristina Martins conta que tem recebido grande apoio de conservadores de todo o Brasil após a repercussão do caso.

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“De um minuto para o outro estamos recebendo muito apoio. Nós ficamos até surpresos por existirem tantas pessoas do bem. A gente fica achando que as minorias são maiores, mas não. A maioria são os cristãos, pessoas de família, pessoas com valores. Louvado seja Deus por isso”, afirma a reitora.

Influenciadores cristãos manifestaram apoio à escola nas redes sociais.

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Internautas também criaram um abaixo-assinado em apoio à escola no site Citizengo, que já contava com quase mil assinaturas até o fechamento desta matéria.

O ‘Colégio Recanto do Espírito Santo’ ganhou milhares de seguidores em suas redes sociais desde que a notícia do processo começou a circular.

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A escola agora prepara a defesa junto ao seu departamento jurídico para responder às acusações do MPMG.

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