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O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, compareceu à Câmara Legislativa nesta quinta-feira (1) para prestar depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos. Durante o depoimento, o general negou ter participado de qualquer planejamento para um golpe de Estado. O general sugeriu uma reflexão sobre o uso da palavra “golpe”.
“Um golpe, para ter sucesso, precisa ter líderes. Um líder principal, alguém que esteja disposto a assumir esse papel. Não é uma atitude simples, ainda mais em um país do tamanho do Brasil. Esse termo golpe está sendo empregado com extrema vulgaridade. Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, demonstração de insatisfação, por exemplo, possa se caracterizar um golpe”, disse o general Heleno.
“Não é simplesmente sair na rua e dar o golpe”, adisse Heleno ao ser questionado pelo presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), sobre sua participação em posicionamentos do ex-presidente Bolsonaro sobre o sistema eleitoral brasileiro. “As narrativas são fantasiosas, eu nunca participei de reunião com o presidente para discutir fechamento do Congresso ou do STF”, completou Heleno.
Ao ser questionado sobre o que achava da apreensão de um documento com teor golpista na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, Heleno fez uma defesa de seu ex-colega de governo. “Anderson Torres era muito leal e preparado. Eu gosto muito dele. Esse tal documento foi uma página ruim da história de vida dele. Mas era um documento sem importância, tanto é que ele deixou na casa dele sem qualquer preocupação”, disse.
Sobre um áudio vazado para a imprensa em que diz estar se medicando com Lexotan para conter atitudes mais drásticas do presidente Bolsonaro contra o STF, Heleno disse que se tratava de uma brincadeira. “Falei de maneira jocosa. Foi uma brincadeira. A atitude drástica a que me referi seria um rompimento declarado [de Bolsonaro] com o STF”, disse o general.