Nesta quarta-feira (16), a Polícia Federal está realizando uma operação em São Paulo com o objetivo de combater o tráfico internacional de pessoas. A investigação apontou que imigrantes do Paraguai, incluindo adolescentes, estavam sendo aliciados para trabalhar em condições semelhantes à escravidão.
A operação, chamada “Infâni”, conta com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal. Os investigados poderão ser acusados de reduzir pessoas a condições semelhantes à escravidão e de tráfico internacional de pessoas.
A Polícia Federal informou que os mandados foram cumpridos em São Paulo, mas não divulgou os locais específicos. Durante a investigação, foi constatado que os imigrantes eram enganados por empregadores, que prometiam trabalho com alojamento e alimentação pagos. No entanto, ao chegarem na capital paulista, as vítimas recebiam salários muito baixos, alimentação insuficiente e trabalhavam por longas jornadas de até 15 horas.
Além disso, foi verificado que um dos empregadores havia confiscado a documentação de um imigrante adolescente. O Consulado do Paraguai informou que 22 menores foram resgatados em São Paulo, estando desacompanhados. No entanto, as datas dos resgates não foram divulgadas.
“O documento da vítima adolescente foi entregue ao motorista de ônibus e posteriormente ao empregador, que o reteve. Tem sido uma preocupação a atuação de empresas de ônibus clandestinas, as quais promovem a migração ilegal de paraguaios e bolivianos, inclusive menores de idade desacompanhados, vítimas mais vulneráveis ao trabalho forçado. Nesse sentido, o Consulado do Paraguai informou que ano passado 22 (vinte e dois) menores paraguaios foram resgatados em São Paulo, estando eles desacompanhados”, disse a PF.
Os investigados poderão responder por crimes de reduzir alguém a condição análoga à escravidão e de tráfico internacional de pessoas, dentre outros.
