Na manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Federal conduziu uma operação em várias cidades do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, visando um grupo suspeito de contrabando de bebidas alcoólicas da Argentina e do Uruguai para o Brasil. A ação incluiu 50 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, 22 medidas cautelares substitutivas de prisão, e resultou na apreensão de 133 veículos e 30 imóveis, totalizando R$ 20 milhões em bens.
Até o meio-dia, quatro pessoas haviam sido presas em Venâncio Aires, Arroio do Sal e Belo Horizonte. A organização criminosa, baseada na região do Vale do Taquari, RS, liderava a entrada ilegal de bebidas destiladas e vinhos através das fronteiras com Argentina e Uruguai. A investigação apontou que o grupo atuava desde janeiro de 2019, movimentando mais de R$ 62 milhões com a venda de bebidas alcoólicas contrabandeadas.
O grupo contava com a colaboração de fornecedores e intermediários para comprar produtos diretamente de proprietários de free shops no Uruguai ou em lojas de vinhos na Argentina. O pagamento era feito em dinheiro ou por meio de “doleiros”.
Depois de entrarem no Brasil, as bebidas eram transportadas até depósitos do grupo e remetidas a grandes atacados nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As cargas eram transportadas em caminhões e carretas do grupo, escondidas sob produtos como grãos e frutas. Outra forma de envio das mercadorias era por meio de empresas transportadoras, com notas fiscais falsas.
Além disso, a organização recebia o pagamento por contas bancárias de empresas “laranjas”, como concessionárias e locadoras de veículos, construtoras, postos de combustíveis e do ramo de cigarros.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de contrabando, lavagem de capitais, evasão de divisas e falsidade documental.