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O vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes, reconheceu pela primeira vez durante seu depoimento na CPI no Senado que a empresa possui uma parcela de responsabilidade no afundamento do solo em diversos bairros de Maceió (AL). Arantes destacou que, em sua visão, a Braskem inicialmente se recusou a assumir integralmente a responsabilidade pelo desastre ambiental na região.
“É evidente que a Braskem tem sua parcela de contribuição e responsabilidade nos eventos ocorridos em Maceió. Isso é algo que já foi esclarecido”, afirmou o executivo.
Ele explicou que, após o encerramento das atividades de extração de sal-gema na área, a prioridade da empresa foi assegurar a segurança dos moradores afetados. Durante o depoimento, ele mencionou o “programa de compensação financeira” destinado aos residentes das áreas impactadas pelo afundamento do solo.
“Todos os esforços da empresa estão sendo direcionados para reparar, mitigar e compensar os danos causados à subsistência na região”, enfatizou.
Apesar das informações apresentadas durante a sessão, Marcelo Arantes evitou responder algumas perguntas feitas pelos membros da comissão.
O senador Omar Aziz (MDB-AM) expressou frustração com a postura do representante da Braskem, afirmando que estavam desperdiçando tempo.
O incidente em questão ocorreu em dezembro do ano anterior, quando a mina 18 da Braskem se rompeu na lagoa de Mundaú, no bairro Muntage, em Maceió. Desde 2018, a cidade já vinha registrando tremores devido às atividades mineradoras na área. Dezenas de milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas residências após o surgimento de rachaduras em edifícios e ruas. Esse episódio é considerado o maior desastre ambiental em curso em solo urbano no país.