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Um líder significativo associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), detido no Sistema Penitenciário Federal, foi alvo de uma ameaça de morte por Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, em mais um desdobramento do conflito interno na cúpula da maior facção criminosa do Brasil.
Conforme afirmado pelo promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Valdeci Alves dos Santos, conhecido como “Colorido”, foi alvo dessa ameaça devido a alegações de desvio de recursos da facção.
O indivíduo em questão já ocupou uma posição de destaque como o segundo no comando do PCC nas ruas, onde supostamente utilizou igrejas evangélicas, fundando pelo menos sete delas em São Paulo e no Rio Grande do Norte, seu estado de origem, para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
“Ele é mais um membro importante que Marcola designa [para execução]”, afirma Gakiya, que é membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e investiga o PCC há duas décadas.
Devido ao risco de ser morto, Colorido teria solicitado sua transferência para uma área segura na Penitenciária Federal de Brasília, onde os principais líderes do PCC estão detidos.
Gakiya prevê que Colorido poderá se aliar a outras lideranças dissidentes que romperam recentemente com Marcola, desencadeando uma disputa interna no PCC, incluindo figuras como Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, apelidado de Abel Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, conhecido como Andinho.
Colorido foi preso novamente devido a acusações de lavagem de dinheiro, envolvendo cerca de R$ 23 milhões provenientes do tráfico de drogas, por meio da aquisição de igrejas evangélicas, propriedades rurais e gado, de acordo com investigações do Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Ele ascendeu ao posto de segundo no comando da facção durante o período em que permaneceu foragido, supervisionando operações de tráfico de drogas e informando à alta cúpula da facção, incluindo Marcola, sobre os negócios em andamento.
Apesar de tentativas de evitar sua identificação por meio de cirurgias plásticas faciais, Colorido foi preso em 2022 e transferido para o Presídio Federal de Brasília.
O atual conflito interno na cúpula do PCC levanta questões sobre o futuro da liderança de Marcola, com antigos aliados como Tiriça, Abel Vida Loka e Andinho contestando seu comando. Este conflito foi desencadeado por um diálogo gravado entre Marcola e agentes penitenciários, no qual ele teria feito comentários sobre Tiriça, o que foi interpretado como uma traição por parte dos antigos aliados.
Ambos os lados do conflito emitiram comunicados internos, conhecidos como “salves”, para expulsar os rivais e reforçar sua própria autoridade dentro da facção.
A eventual reversão da expulsão dos dissidentes poderia marcar o fim da liderança de Marcola na facção, após mais de duas décadas. O setor de inteligência policial detectou planos de formação de um grupo rival, possivelmente denominado Primeiro Comando Puro (PCP).