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Em entrevista ao programa “Roda Viva” da TV Cultura, na segunda-feira (20), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se defendeu das críticas de que seu governo teria cometido erros na gestão ambiental que levaram ao desastre das enchentes no estado.
“Não tenho nenhuma pretensão de ser mito nem salvador da pátria, sou muito consciente do meu papel, da minha condição humana e, consequentemente, dos erros potenciais a terem sido cometidos, mas insisto: não erramos pela negligência, não erramos pela omissão, e não erramos pelo negacionismo”, declarou Leite.
A entrevista foi realizada em meio a denúncias de que o governo gaúcho não executou obras de projetos que poderiam ter reduzido o impacto das enchentes. Um levantamento do Jornal Nacional revelou que, mais de dez anos atrás, o estado recebeu sinal verde para projetos que visavam evitar enxurradas e alagamentos na Grande Porto Alegre, uma das áreas mais afetadas pelas cheias. No entanto, as obras nunca foram concluídas.
Leite reconheceu que a quantidade de chuva que caiu sobre o estado no final de abril e início de maio “traria transtornos para governos em qualquer lugar”. Na Região Norte, por exemplo, choveu mais de 1 mil milímetros, quantidade que supera a metade prevista para o ano inteiro.
“Eu acho que a gente precisa olhar e observar onde que podemos e devemos melhorar”, disse o governador.
Apesar de negar negligência, Leite afirmou que o governo “respeita as questões ambientais” e busca “procurar, diante de todas as pautas que estão sobre a nossa mesa, desde a segurança pública, educação, saúde, questões de infraestrutura, economia e, entre elas, inserir cada vez de forma mais forte o tema ambiental para que a gente possa ter resiliência. Porque, sem sobrevivermos, raça humana, todo o restante não faz sentido, então, vamos procurar esses caminhos, olhar sim as ações, procurar as soluções”.
Os temporais que atingiram o Rio Grande do Sul mataram 161 pessoas, feriram 806, deixaram 85 desaparecidas e mais de 654,1 mil fora de casa.
Segundo o governo do estado, a necessidade de reavaliar prioridades e direcionar recursos se deu devido a trocas de gestão na esfera federal e à calamidade pública da pandemia de Covid-19.