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De acordo com a advogada Maria Eduarda Albuquerque, que representa a família da paciente de Camaragibe, a mulher tem 30 anos e estava internada na clínica particular para se tratar de uma crise de depressão: “Encaminharam ela para uma ala masculina, porque houve uma admissão e a pessoa que entrou estava muito exaltada. Colocaram nessa outra ala para ela dormir. E o segurança cometeu o crime. Isso foi de uma quinta para sexta e ela ficou desesperada. Tinha tomado medicação, mas estava acordada quando aconteceu”.
Segundo Albuquerque, a mulher relatou que fechou os olhos e “queria que aquilo acabasse”. A advogada disse também que, depois dos abusos, a paciente continuou sozinha na sala e a família só foi avisada horas depois do crime para comparecer à clínica na manhã do dia seguinte.
“Além de ter sido estuprada, ela ficou sozinha lá, pedindo pela família, sem conseguir dormir, com medo de esse homem voltar a qualquer momento. E só foi avisado isso na sexta-feira à noite, para dizer que fosse lá no sábado de manhã. É uma série de atrocidades nesse caso”, disse a advogada.
De acordo com Albuquerque, a família registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe e levou a vítima de volta para casa, mas o quadro de saúde dela piorou. “Ela está em outra clínica. Foi uma situação que a tirou do eixo completamente. Ela teve alguns acessos de estranhar o próprio corpo, de não querer viver (…). A mãe tirou [a paciente da unidade], passou um tempo com ela em casa, foi quando ela teve alguns acessos, inclusive tentando se matar. E foi necessária uma internação novamente”, afirmou a advogada.
Albuquerque ainda disse que a clínica não ofereceu qualquer apoio à família da paciente: “Eles se sentiram totalmente abandonados pela clínica, de dar algum tipo de assistência ou algum valor em dinheiro para respaldar um tratamento. Nada. Inclusive, até falei com um advogado de lá e pedi para que analisasse algum tipo de proposta. (…) A resposta foi ‘não’ e que a gente tomasse as medidas cabíveis”.
A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o vigilante por estupro, encaminhando o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Em resposta ao incidente, o Hospital Reluzir enviou uma nota ao site g1, destacando seu apoio à vítima e à família desde o momento em que soube do ocorrido. A clínica tomou conhecimento do crime durante uma consulta de rotina pela manhã, embora o estupro tenha ocorrido na madrugada anterior. Após verificar as imagens das câmeras de segurança, a direção do hospital imediatamente comunicou o caso à Delegacia de Camaragibe.
A instituição também entrou em contato com os familiares da vítima, solicitando sua presença para conversar com a coordenação e a paciente. No entanto, a mãe e o padrasto só estavam disponíveis no dia seguinte pela manhã. O vigilante, que trabalhava na clínica há dois meses, cumpria uma jornada de trabalho de 12 horas por 36 horas de descanso e deixou o local às 7h da manhã. Ele foi demitido no mesmo dia do crime, e todas as suas informações foram repassadas às autoridades policiais.
A direção do Hospital Reluzir ainda expressou profundo pesar pelo incidente e manifestou total disposição para colaborar com a Polícia Civil e a Justiça para garantir a devida resolução do caso.
Ao ser questionada se o criminoso era um funcionário da clínica ou de uma empresa terceirizada, a direção do Hospital Reluzir disse que se trata de “uma questão administrativa” e não vai responder a pergunta.