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O incêndio no Parque Nacional do Itatiaia (PNI), iniciado na última sexta-feira (14), já atingiu uma área de 300 hectares. A estimativa anterior era de 200 hectares, mas, segundo o gestor do parque, Felipe Mendonça, a nova avaliação não representa um aumento da área queimada. A diferença é resultado de uma análise mais detalhada dos dados de mapeamento e imagens, que não havia sido realizada antes.
Até então, não tínhamos os meios eficientes para medir. Não quer dizer que a área ampliou. Agora, as imagens de satélite mostram que, na verdade, estamos falando de uma área afetada de 300 hectares. Mas não quer dizer que aumentaram 100 hectares de ontem para hoje. É apenas uma questão de medição mais precisa, revelou Mendonça, em entrevista à Agência Brasil.
Mendonça explicou que a atualização foi feita com base em imagens de satélite do dia 19 de junho. Os 200 hectares foram estimados durante a operação, com informações de campo dos locais, sem medição, e 300 hectares é uma medição mais precisa. Essas imagens só saem a cada 5 dias; a outra era do dia 14, antes do início do incêndio, completou.
Nesta quinta-feira (20), 25 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão no local realizando o trabalho de rescaldo, especialmente na Parte Alta, onde o fogo começou e que é uma região de difícil acesso.
A área incendiada não ampliou, mas é um fogo persistente que, se deixarmos se extinguir sozinho, pode ganhar corpo e avançar dependendo do vento, disse Mendonça. Estamos em trabalho de rescaldo de toda a área queimada para que o fogo não volte. No momento, temos pontos ativos nas áreas de encosta de difícil acesso. Este é o nosso cenário atual, informou.
Além disso, os brigadistas estão abrindo aceiros, retirando a vegetação e cavando valas de 5 a 7 metros para evitar que o fogo avance. Mendonça destacou que esse método é uma medida de prevenção para evitar a propagação de pontos de calor. Essa é uma medida de prevenção para o incêndio não se alastrar e pode ser tomada antes da chegada do fogo. Temos vários aceiros no parque, mas quando estamos no combate e o fogo passou, fazemos uma linha de defesa, limpando a área para que o fogo não passe dali. É uma proteção mesmo.
O uso de sopradores pelos brigadistas tem sido fundamental no combate ao fogo. Isso tem um papel muito importante, porque contribui para apagar o fogo, explicou.
Por questões de segurança dos visitantes e das equipes envolvidas na operação de controle do incêndio, a visitação na Parte Alta do parque ainda está suspensa. Haverá uma avaliação nesta quinta-feira para decidir se o prazo de suspensão precisa ser estendido.
A região do parque costuma registrar as temperaturas mais baixas do país. Ontem, foi registrado mais um recorde de temperatura negativa no Brasil em 2024, com -11,8°C. Segundo a gestão do PNI, o registro foi feito na estação meteorológica próxima à nascente do Rio Campo Belo. Também nesta área está situado o Pico das Agulhas Negras, ponto mais alto do estado e o quinto mais alto do Brasil, destacou Mendonça.
Antes deste incêndio, que começou no dia 14 de junho, o Parque Nacional do Itatiaia já havia sido atingido por outros. O maior da história foi em 1963, durando 35 dias e consumindo 4 mil hectares. Em 1988, o fogo destruiu 3.100 hectares e um servidor ficou desaparecido. Em 2001, um incêndio provocado por dois turistas que se perderam e fizeram uma fogueira destruiu mais de 1 mil hectares. A mesma área foi atingida pelo fogo em 2007, e três anos depois, 1.200 hectares foram destruídos.
O Parque Nacional do Itatiaia, o primeiro do Brasil, completou 87 anos no dia em que este incêndio começou. O parque protege uma parte importante da Mata Atlântica, na Serra da Mantiqueira, abrangendo o sul fluminense e o sul de Minas, e recebe cerca de 150 mil visitantes por ano, informou Mendonça.