Nesta sexta-feira (30), a defesa de Lourival Correa Netto Fadiga, réu no caso envolvendo Anic Herdy, revelou em coletiva que o segurança confessou ter matado a advogada. Anteriormente, Lourival, sua companheira Rebecca Azevedo dos Santos e seus filhos Henrique Vieira Fadiga e Maria Luíza Vieira Fadiga enfrentavam acusações de extorsão mediante sequestro.
A advogada Flávia Fróes esclareceu que Anic já estava morta desde 29 de fevereiro e que não houve sequestro. Ela afirmou que Anic foi morta no primeiro dia de seu desaparecimento e que o sequestro alegado nunca ocorreu.
Segundo a defesa, a extorsão relatada contra o marido de Anic era parte de um plano elaborado pelo suposto mandante para encobrir o crime.
A defesa ressaltou que o crime de extorsão mediante sequestro só se concretiza quando a vítima é mantida em cativeiro e a extorsão ocorre nessa situação.
Com a morte de Anic em 29 de fevereiro, o crime imputado aos filhos de Lourival não seria verdadeiro. A advogada destacou que a narrativa do sequestro foi uma manobra combinada com o mandante do crime.
Durante a coletiva, a advogada informou que Anic foi vista pela última vez em um shopping em Petrópolis no dia 29 de fevereiro e que entrou no carro de Lourival por vontade própria, pois mantinha um relacionamento extraconjugal com ele.
A defesa mencionou que o segurança pretende revelar o local onde o corpo de Anic está e onde ela foi morta.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) confirmou que as negociações para uma delação premiada estavam em andamento, mas não chegaram a um acordo sobre os benefícios aplicáveis.
O MPRJ afirmou que novas provas apresentadas espontaneamente seriam avaliadas e, se pertinente, consideradas fora do âmbito de colaboração premiada. O processo continua na 2ª Vara Criminal.
Anic desapareceu em 29 de fevereiro, após entrar em um Jeep Compass preto na saída de um shopping em Petrópolis. O desaparecimento só foi registrado em 14 de março, após Lourival ter instruído o marido de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, a não procurar as autoridades.
Lourival se apresentou como policial federal e passou a cuidar da segurança da família, tendo acesso irrestrito aos cartões de crédito e senhas.
Durante esse período, Benjamin recebeu ameaças e pedidos de resgate que totalizavam R$ 4,6 milhões, pagos em dinheiro e bitcoins. Após o pagamento, uma mensagem de despedida foi enviada pelo celular de Anic, afirmando que ela havia orquestrado o sequestro para receber o dinheiro e que iria embora com um suposto amante, descrito como policial civil.
No entanto, as investigações revelaram que Lourival, seus filhos e a amante se beneficiaram do valor. Eles adquiriram um carro de luxo avaliado em R$ 500 mil, uma motocicleta de aproximadamente R$ 30 mil e 950 celulares no valor de cerca de US$ 153,9 mil.
Após extensa investigação, a 105ª DP (Petrópolis) denunciou Lourival, Rebecca e os filhos por envolvimento no crime, com Lourival sendo apontado como o mandante.
A polícia não descarta a possibilidade de que Anic tenha participado do plano em algum momento.