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Evandro Teixeira, um dos mais renomados fotojornalistas do Brasil, faleceu nesta segunda-feira (4), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. O fotógrafo, conhecido por suas imagens marcantes que registraram a história do país e de outros lugares do mundo, estava internado na Clínica São Vicente, localizada na Gávea, Zona Sul da cidade. De acordo com informações de familiares, sua morte foi causada por falência múltipla de órgãos em decorrência de complicações de pneumonia.
Nascido em 25 de dezembro de 1935 em Irajuba, na Bahia, Evandro deixou sua cidade natal, situada a 307 quilômetros de Salvador, ainda jovem, em busca de oportunidades no universo da fotografia. Ele iniciou sua carreira em 1957, quando chegou ao Rio de Janeiro com uma carta de recomendação para trabalhar no Diário da Noite. Logo, foi convidado a se juntar à equipe do Jornal do Brasil, onde permaneceu por impressionantes 47 anos, consolidando-se como uma referência no campo do fotojornalismo.
Ao longo de quase sete décadas de carreira, Teixeira registrou momentos históricos cruciais, incluindo o movimento militar de 1964 e a ocupação do Forte de Copacabana no dia 1º de abril do mesmo ano. Ele também é autor de diversas publicações, como “Fotojornalismo” (1983) e “Canudos: 100 anos” (1997), além de um livro sobre os eventos de 1968.
Uma de suas imagens mais impactantes retrata a perseguição de um estudante por dois soldados, um momento que ficou marcado na memória coletiva do Brasil. “O rapaz levou uma bordoada tão violenta que se desequilibrou e caiu, batendo a cabeça no meio-fio. Deu um berro horroroso e ficou lá se estrebuchando”, relembrou Teixeira em uma entrevista, descrevendo a tensão do momento. Após perceber que o fotógrafo estava registrando a cena, os soldados abandonaram o jovem agredido e avançaram em sua direção, mas Teixeira conseguiu escapar.
Em 1973, o fotógrafo viajou ao Chile para cobrir o golpe militar de Augusto Pinochet e, durante esse período, registrou o funeral do poeta Pablo Neruda, capturando outra de suas célebres imagens.
Evandro Teixeira faleceu às 16h40 na Clínica São Vicente. Ele deixa sua esposa, Marly Caldas, e suas duas filhas, Carina e Adryana, além de três netas: Carina, Nina e Manoela. Sua contribuição para o fotojornalismo brasileiro e seu legado permanecem vivos na memória de todos que apreciam a arte de contar histórias através da fotografia.