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Nesta sexta-feira (22), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou uma grande operação que desarticulou um esquema criminoso de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e agiotagem, com a participação de facção criminosa instalada no Presídio Regional de Pelotas (PRP). As operações “Caixa-Forte II” e “El Patron”, que ocorreram em 13 cidades de três estados do Sul do Brasil, mobilizaram cerca de 700 agentes e resultaram na prisão de 19 pessoas, remoção de apenados e cumprimento de mais de 170 mandados judiciais.
Com o apoio dos GAECOs dos Ministérios Públicos de Santa Catarina e Paraná, a Brigada Militar, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), entre outras instituições, a ação desmantelou um esquema que movimentou mais de R$ 32 milhões. A investigação apurou, ainda, que a facção criminosa operava uma rede de empréstimos a juros abusivos, com valores chegando a até 280%, além de realizar lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada e depósitos em contas bancárias de laranjas.
A operação, que já havia sido iniciada em 2023 com a Operação Caixa-Forte I, teve desdobramentos que revelaram a estrutura hierárquica da facção, desde o tráfico de drogas até as finanças, incluindo a utilização de celulares ilícitos dentro do presídio e a participação de um policial penal corrupto, que foi preso durante a ação.
Operação Caixa-Forte II e El Patron
O promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, coordenador da operação, explicou que a “Caixa-Forte II” surgiu a partir da análise de materiais apreendidos, como livros-caixa, que detalhavam o tráfico de drogas e a entrada de celulares no presídio. Além disso, a operação revelou um esquema de agiotagem, no qual a facção utilizava aplicativos e laranjas para realizar empréstimos com taxas exorbitantes.
Com a operação “El Patron”, os investigadores conseguiram identificar a lavagem de dinheiro, que envolvia desde o financiamento de empresas de fachada, como açougues e frigoríficos, até o uso de jogos de azar e rifas. O esquema também envolvia depósitos em mais de 1.300 contas bancárias.
Estrutura e Impacto
O GAECO/MPRS e as equipes de apoio cumpriram 156 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, além de 19 mandados de prisão preventiva. Em Santa Catarina e no Paraná, outros mandados de busca foram cumpridos. A operação resultou no bloqueio de mais de 1.300 contas bancárias, na apreensão de 28 veículos e em quatro imóveis em Pelotas, usados para a lavagem de dinheiro.
A subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Isabel Guarise Barrios, destacou a importância da ação coordenada entre as forças de segurança e o Ministério Público no combate ao crime organizado e a desarticulação de organizações criminosas que atuam de dentro dos presídios.
A operação também contou com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Região Sul, Ministério Público de Santa Catarina e Paraná, Brigada Militar, Receita Estadual e Vigilância Sanitária, sendo um dos maiores esforços no combate ao crime organizado nos três estados.
Os suspeitos agora enfrentam uma série de acusações, incluindo organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, e podem ser condenados a penas severas.
Um Passo Crucial no Combate ao Crime Organizado
O promotor André Dal Molin, coordenador do GAECO, frisou que a operação é mais um passo na luta contra facções criminosas e no combate à ilegalidade financeira. “Buscamos desmantelar a estrutura financeira das organizações criminosas e garantir que as autoridades possam recuperar os valores obtidos ilicitamente”, afirmou.
Com a desarticulação desse esquema, as autoridades garantem que um importante golpe foi dado na cadeia de comando dessas facções, que operavam com total impunidade dentro das unidades prisionais e se espalhavam pelo sul do Brasil.