O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, desencadeou a Operação Muditia, resultando na apreensão de uma quantia significativa em dinheiro, armamento e equipamentos eletrônicos. A ação visa desmantelar um grupo criminoso associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), acusado de fraudar licitações em prefeituras paulistas e lavar dinheiro.
Segundo as autoridades, a operação resultou na apreensão de R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e quase US$ 9 mil (equivalente a R$ 47,4 mil no câmbio atual). Além disso, foram recolhidas quatro armas de diferentes calibres, mais de 200 munições, 22 celulares e notebooks.
Os alvos da operação incluem os vereadores Ricardo Queixão (PSD), em Cubatão, Flávio Batista (Podemos) em Ferraz de Vasconcelos e Luiz Carlos Alves (DEM) em Santa Isabel. Ao todo, 14 pessoas foram presas e uma permanece foragida.
A investigação revelou que o grupo criminoso simulava concorrências públicas por meio de empresas parceiras ou pertencentes ao mesmo grupo econômico. O PCC exercia influência na escolha dos vencedores das licitações e na distribuição dos valores recebidos. As empresas sob investigação possuem contratos públicos que ultrapassam a marca dos 200 milhões.
Onze prédios públicos foram alvo de buscas, incluindo seis prefeituras e cinco câmaras de vereadores, além de 21 conjuntos residenciais e dez comerciais.
Indícios de fraude foram encontrados em acordos firmados com o poder público em diversas cidades, incluindo Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba.
Em uma operação paralela, um mandado de prisão foi cumprido contra um dos proprietários da empresa de ônibus UpBus, como continuação da Operação Fim da Linha, deflagrada na semana anterior.
Em resposta, a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos afirmou estar colaborando com as investigações e reiterou a lisura no trato de recursos públicos. As Prefeituras de Santa Isabel e Cubatão informaram que não foram cientificadas sobre possíveis prisões e estão à disposição da Justiça para esclarecimentos.
