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A Justiça de São Paulo rejeitou na quinta-feira (31) o pedido de prisão feito pela influenciadora digital Cíntia Chagas contra seu ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL), sob a alegação de violação de medidas cautelares. Cíntia havia denunciado uma série de abusos físicos e psicológicos que ocorreram durante seu relacionamento de mais de dois anos com o político.
Na decisão, o juiz responsável pelo caso afirmou que são necessárias investigações mais aprofundadas sobre as acusações. O pedido foi formalizado com base na Lei Maria da Penha. Embora a prisão tenha sido negada, a Justiça emitiu uma advertência ao deputado, indicando que, caso ele descumpra as medidas protetivas, a questão poderá ser reavaliada, incluindo a possibilidade de prisão.
As medidas protetivas contra Bove foram ampliadas, estabelecendo que ele deve se abster de fazer qualquer menção direta ou indireta sobre o processo e está proibido de marcar Cíntia ou seus familiares em redes sociais ou qualquer outro meio de comunicação. O pedido do deputado para revogar essa medida foi negado.
Denúncias de Abuso e Controle Excessivo
Em depoimento à Polícia Civil no início de setembro, Cíntia Chagas descreveu um padrão de controle excessivo por parte de Bove, que começou logo no início do relacionamento. Ela afirmou que seu desempenho profissional foi prejudicado pelo ciúme do deputado, que exigia saber sua localização a todo momento, pedia comprovações, como fotos e notas fiscais, e realizava chamadas de vídeo para verificar onde ela estava.
Além das alegações de violência psicológica, Cíntia também relatou episódios de agressão física, incluindo momentos em que Bove teria apertado partes de seu corpo a ponto de causar lesões. Em um relato, ela mencionou um incidente em que o deputado arremessou uma faca em sua direção, que atingiu o chão antes de provocar uma lesão em sua perna.
Outro episódio narrado por Cíntia ocorreu durante um casamento no interior de São Paulo, onde ela afirmou que Bove a forçou a tirar fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Após a sessão de fotos, Cíntia disse que foi expulsa da festa de maneira agressiva.
Cíntia também alegou que, em várias ocasiões, o deputado a humilhava, chamando-a de “burra” e insinuando que seu sucesso se devia apenas à sua aparência e à sua eloquência.
Em um vídeo postado em seu perfil no Instagram em 10 de outubro, Lucas Bove declarou que está impedido de comentar sobre o caso, mas prometeu que “a verdade será restabelecida no momento certo”.