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A defesa da influenciadora Cíntia Chagas, ex-esposa do deputado estadual Lucas Bove (PL), entrou com um pedido de prisão preventiva contra o parlamentar na última quinta-feira (17), na Justiça de São Paulo (SP). Segundo a advogada Gabriela Manssur, que representa Cíntia, Bove estaria descumprindo medidas cautelares impostas no processo de violência doméstica em que é acusado de ser o agressor.
A defesa da influenciadora afirma que o deputado não deveria ter se manifestado direta ou indiretamente sobre o caso nas redes sociais, conforme decisão judicial.
Na semana anterior, o deputado comentou o assunto tanto na tribuna da Alesp quanto em suas redes sociais, onde afirmou que “jamais encostaria a mão para agredir uma mulher” e que “a verdade será restabelecida”.
O pedido de prisão foi feito após a divulgação de mensagens de WhatsApp trocadas entre Cíntia e o ex-marido, que é vice-líder do PL na Alesp.
Diante das alegações de agressões, a Justiça determinou medidas protetivas, proibindo Bove de se aproximar da ex-companheira, de se comunicar com seus familiares ou de frequentar os mesmos locais que a influenciadora, sob risco de prisão preventiva.
Além disso, o deputado é alvo de um pedido de cassação na Alesp, protocolado por parlamentares do PT e do PSOL, que pedem o fim de seu mandato devido às acusações de violência doméstica. O advogado de Bove, Daniel Bialski, negou qualquer vazamento de informações do processo à imprensa e classificou o pedido de prisão como “absolutamente incabível”, alegando que o parlamentar não desrespeitou as medidas protetivas.
Bialski afirmou que seu cliente, como figura pública, manifestou-se dentro dos limites da liberdade de expressão e que “a verdade aparecerá”. Ele destacou que o deputado respeita a decisão da Justiça e, por isso, evitou fornecer detalhes, esperando que a influenciadora também seja proibida de comentar o caso.
Cíntia Chagas e Lucas Bove se separaram em outubro de 2023, após um casamento na Itália, que durou sete meses. Em entrevista à revista Marie Claire, Cíntia relatou que as ameaças começaram em agosto do ano anterior, quando, durante um jantar em Ribeirão Preto, ela se recusou a posar para uma foto com Jair Bolsonaro e sua esposa, Michele Bolsonaro.
Segundo ela, essa recusa gerou uma briga que culminou com Bove tentando encontrá-la na estrada após ela ter saído do local.
Em São Paulo, ele teria insistido para que voltassem ao evento e, diante da recusa, a teria ameaçado fisicamente, dizendo que ela só não apanhava por ter 6 milhões de seguidores.
Cíntia narrou outras violências sofridas, como um episódio em que Bove arremessou uma garrafa d’água nela e ameaçou queimar suas roupas. Ela afirmou que temia se tornar mais uma vítima de feminicídio, o que a motivou a sair de casa.
Em um episódio mais grave, a influenciadora relatou que, durante uma discussão, o deputado arremessou uma faca que a atingiu na perna, causando sangramento. Diante do ocorrido, Cíntia questionou Bove sobre o comportamento agressivo, ao que ele teria respondido que ela jamais conseguiria denunciá-lo, pois ele “era deputado” e poderia “acabar com ela”.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lucas Bove disse que estava impedido de comentar o caso devido ao segredo de justiça, mas que “a verdade será restabelecida” e que continuaria com seu trabalho, apesar das críticas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que a 3ª Delegacia de Defesa da Mulher instaurou inquérito policial e solicitou medidas protetivas. O caso está sendo investigado sob sigilo judicial, com base nas acusações de violência doméstica, psicológica, ameaça, injúria e perseguição.
Cíntia também relatou à Polícia Civil que o deputado exercia controle excessivo sobre sua vida, prejudicando sua carreira profissional com ciúmes e exigências constantes de localização, provas e chamadas de vídeo para verificar onde ela estava. A defesa de Cíntia, representada por Gabriela Manssur, qualificou a denúncia como um ato de coragem e uma medida de sobrevivência, esperando que o Ministério Público tome as devidas providências.
A Justiça de São Paulo já concedeu medidas protetivas que impedem Bove de se aproximar de Cíntia e de seus familiares ou de frequentar os mesmos locais que a ex-mulher, sob pena de prisão preventiva.