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### Coração e Pulmões Galácticos: O Segredo da Longevidade das Galáxias
As galáxias, com seus complexos mecanismos internos, evitam uma morte precoce graças ao que os cientistas agora chamam de “coração e pulmões” galácticos. Esta descoberta revolucionária sugere que esses componentes regulam a “respiração” das galáxias, evitando que elas cresçam descontroladamente e prolongando sua vida útil. Se não fosse por esse sofisticado sistema de autorregulação, o Universo teria envelhecido muito mais rápido, deixando um cenário de galáxias “zumbis” repletas de estrelas mortas. Essa é a conclusão de um estudo publicado no *Monthly Notices of the Royal Astronomical Society*, que aborda um dos maiores mistérios do cosmos: por que as galáxias não são tão grandes quanto os astrônomos previam?
### A Descoberta
Os astrofísicos da Universidade de Kent, liderados pelo estudante de doutorado Carl Richards, propuseram que as galáxias controlam sua taxa de crescimento por meio de um processo análogo à respiração. Nesta analogia, o buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia funciona como o coração, enquanto os jatos bipolares de gás e radiação representam os pulmões.
### Mecanismo de Funcionamento
Os pulsos do buraco negro, ou “coração”, geram frentes de choque que se movem para frente e para trás ao longo dos jatos, de maneira semelhante ao movimento do diafragma no corpo humano. Esse movimento distribui energia pelo meio circundante, retardando a acreção e o crescimento do gás na galáxia, similar a como a expiração libera ar quente. Richards desenvolveu essa teoria após criar novas simulações que examinaram o papel dos jatos supersônicos na inibição do crescimento das galáxias. Ele descobriu que, ao permitir que o “coração” do buraco negro pulsasse e que os jatos estivessem sob alta pressão, os jatos agiam como foles, enviando ondas sonoras semelhantes a ondulações na superfície de uma lagoa.
### Efeitos Observados
Essas ondas sonoras e de choque resultantes se comportam como as produzidas na Terra ao abrir uma garrafa de champanhe ou ao furar compartimentos pressurizados. “Descobrimos que esses jatos podem efetivamente expandir como pulmões cheios de ar, transmitindo ondas sonoras que suprimem o crescimento galáctico”. Evidências de ondulações em meios extragalácticos, como as observadas no aglomerado de galáxias Perseus, corroboram a teoria. As simulações mostram que essas ondulações sustentam o ambiente galáctico, apesar da ausência de um mecanismo gerador identificado até então.
### Implicações
As simulações cosmológicas convencionais falham em explicar os fluxos de gás nas galáxias, mas a nova teoria propõe que o buraco negro altamente ativo no centro galáctico exerce uma resistência crucial. “Respirar rápido ou devagar demais não fornecerá os tremores necessários para manter o meio da galáxia e abastecer o coração de combustível”, alertou o coautor, Professor Michael Smith. Os pesquisadores concluíram que a longevidade das galáxias é estendida graças a esse sistema de “coração e pulmões”, que controla o crescimento limitando a quantidade de gás que se transforma em estrelas.
Sem esse mecanismo, as galáxias teriam esgotado seu combustível e se transformado em galáxias “zumbis” ou “vermelhas e mortas”. O estudo intitulado “Simulations of Pulsed Overpressure Jets: Formation of Bellows and Ripples in Galactic Environments”, de Carl Richards e Michael Smith, oferece uma nova perspectiva sobre a evolução galáctica e foi publicado no *Monthly Notices of the Royal Astronomical Society*.