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A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (3) que vai demitir cerca de 9 mil funcionários em todo o mundo. Segundo fontes ouvidas pela CNBC, o corte representa menos de 4% da força de trabalho global da empresa, afetando equipes em diferentes regiões, áreas e níveis de experiência.
A decisão foi divulgada no segundo dia do ano fiscal de 2026 da companhia, período em que tradicionalmente são feitas reorganizações internas. Em comunicado, a empresa afirmou que continua “implementando mudanças organizacionais necessárias para posicionar melhor a companhia e suas equipes em um mercado dinâmico”.
As demissões fazem parte de uma série de cortes promovidos pela Microsoft ao longo de 2024. Em janeiro, a empresa já havia demitido menos de 1% dos funcionários, com base em desempenho. Em maio, mais de 6 mil postos de trabalho foram encerrados, e pelo menos outros 300 em junho. Até junho deste ano, a companhia contava com cerca de 228 mil colaboradores. No ano anterior, 10 mil já haviam sido dispensados.
Historicamente, o maior corte de funcionários da Microsoft aconteceu em 2014, quando a empresa demitiu 18 mil pessoas após adquirir a divisão de dispositivos e serviços da Nokia.
De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, os cortes recentes seguem a estratégia de enxugar camadas de gerência entre os funcionários de base e os executivos de alto escalão — medida semelhante à adotada nos cortes de maio.
O CEO da divisão de games da Microsoft, Phil Spencer, afirmou em memorando interno que o objetivo é tornar o setor mais ágil e eficiente. “Para posicionar o setor de games para um sucesso duradouro e permitir o foco em áreas de crescimento estratégico, vamos encerrar ou reduzir atividades em certas áreas e seguir a diretriz da Microsoft de eliminar camadas de gestão”, disse.
Apesar das demissões, os resultados financeiros da empresa seguem fortes. No trimestre encerrado em março, a Microsoft registrou lucro líquido de quase US$ 26 bilhões sobre uma receita de US$ 70 bilhões — números bem acima das expectativas do mercado. A previsão da empresa é de crescimento anual de 14% na receita do trimestre de junho, impulsionado pelos serviços de nuvem Azure e assinaturas de software corporativo.
As ações da Microsoft fecharam em alta recorde no dia 26 de junho, cotadas a US$ 497,45. Nesta quarta-feira, caíram 0,2%, enquanto o índice S&P 500 subiu 0,5%.
Outras empresas de tecnologia também têm feito cortes em 2025. Autodesk, Chegg e CrowdStrike estão entre as que reduziram equipes. Mais cedo nesta quarta-feira, a ADP, empresa de processamento de folha de pagamento, informou que o setor privado dos EUA perdeu 33 mil empregos em junho — contrariando a expectativa de economistas consultados pelo Dow Jones, que previam um aumento de 100 mil postos.
