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Após ter sido citada pelo hacker Walter Delgatti, no depoimento divulgado pela Globo News nesta sexta-feira (26), a ex-deputada federal e candidata à vice-presidência em 2018 Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) usou as redes sociais para se pronunciar.
Na nota, ela confirma ter repassado o contato de Greenwald ao “invasor” do seu celular –mas não disse se recebeu dele mensagens roubadas. Disse ainda desconhecer a identidade do hacker e se colocar “à inteira disposição” para auxiliar no esclarecimento dos fatos.
Walter Delgatti detalhou às autoridades o caminho que fez até supostamente chegar a arquivos de Deltan Dallagnol — passando por invasões a celulares de promotores de Justiça, do deputado Kim Kataguiri, do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e do ex-Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
Delgatti ainda afirmou que conseguiu o número do jornalista Glenn Greenwald, dono do “The Intercept”, em conversa com Manuela D’Ávila (PCdoB), cujo contato encontrou, por sua vez, ao hackear a ex-presidente Dilma Rousseff.
Leia abaixo a nota completa da ex-deputada:
Tomando ciência, pela imprensa, de alusões feitas ao meu nome na investigação de fatos divulgados pelo “The Intercept Brasil”, e por me encontrar no exterior em atividades programadas desde o início do corrente ano, esclareço que:
1. No dia 12 de maio, fui comunicada pelo aplicativo Telegram de que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virginia, Estados Unidos. Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.
2. Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.
3. Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial.